As fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha vão continuar encerradas depois de 14 de maio, sem que haja uma data prevista para a sua reabertura.
O anúncio foi feito por Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, onde foi ouvido durante a tarde de terça feira.
O controlo nos nove pontos de passagem vai manter-se e a reabertura das fronteiras vai depender do sucesso dos dois países na luta contra a Covid-19.
Os pontos de fronteira em funcionamento são Valença-Tuy, Vila Verde da Raia-Verín, Quintanilha-San Vitero, Vilar Formoso-Fuentes de Oñoro, Termas de Monfortinho-Cilleros, Marvão-Valência de Alcântara, Caia-Badajoz, Vila Verde de Ficalho-Rosal de la Frontera e Vila Real de Santo António-Ayamonte.
No âmbito do controlo das fronteiras, estão impedidas as deslocações turísticas e de lazer entre os dois países, sendo apenas permitida circulação de transportes de mercadorias e de trabalhadores transfronteiriços.
Portugal está desde domingo em situação de calamidade devido à pandemia de covid-19, depois de 45 dias em estado de emergência, que vigorou entre 19 de março e 2 de maio.
O anúncio de Eduardo Cabrita surge no mesmo dia em que a Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças referiu que o fecho de fronteiras teve impactos sociais nas populações da raia ibérica.
O secretário-geral da Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET) considerou que os governos de Lisboa e Madrid não tiveram em conta as ligações sociais e económicas entre as populações raianas com o fecho de fronteiras devido à pandemia.
“Nesta crise da pandemia de covid-19, a população raiana não foi toda em conta nos efeitos das medidas tomadas pelos governos de Lisboa e Madrid”, explicou à agência Lusa o secretário-geral da RIET, Pablo Rivera, à margem do primeiro webinar das Eurocidades Ibéricas.
O evento online, organizado pela Eurocidade Chaves-Verín teve como objetivo criar um “espaço de diálogo e reflexão com os presidentes das Eurocidades Ibéricas” e “descobrir qual o impacto da covid-19 na cooperação transfronteiriça”.