A Câmara Municipal de Vila Real e a Associação de Solidariedade Social Via Nova, assinaram, no dia cinco, a escritura pública de cedência de direito de superfície de um terreno, localizado no bairro da Laverqueira, para a construção da sede da instituição que hoje acolhe 20 jovens, mas que tem no seu horizonte o desenvolvimento de outras valências sociais.
“Para além de aumentar o número de utentes do Lar de Infância e Juventude, vamos ter uma valência de apoio domiciliário a idosos, no qual vamos tentar inovar com a disponibilização de uma equipa de voluntariado que vai, simplesmente, fazer companhia aos idosos, para além dos serviços de limpeza e fornecimento de refeições. No fundo, vão dar um bocadinho mais de estímulo aos idosos”, explicou António Alves, presidente da Associação Via Nova.
A futura sede, cujo projecto está praticamente concluído, vai contar ainda com um Centro de Apoio Parental, “não só os pais das crianças institucionalizadas, mas também para outras famílias carenciadas”.
No que diz respeito ao Lar de Infância e Juventude, o presidente da Via Nova revelou que a nova infra-estrutura permitirá aumentar a sua capacidade de 20 para 28 utentes, sendo que serão alojados em dois apartamentos T6, independentes fisicamente do edifício central, ou numa fase posterior, na preparação da sua autonomia, num outro com apenas dois quartos. “O nosso objectivo é ter apartamentos arrendados na cidade onde trabalharemos também a autonomia dos jovens antes de eles saírem definitivamente da instituição”, explicou o mesmo responsável.
Com um orçamento provisório de cerca de 800 mil euros, a associação espera agora poder candidatar o projecto a algum programa de apoio que suporte cerca de 70 por cento do seu valor, sendo que o restante, entre 250 a 300 mil euros, a suportar pela Instituição de Solidariedade Social, em parte, será assumido pela autarquia, como garantiu Manuel Martins, presidente da Câmara Municipal de Vila Real.
“Nós estamos ao serviço dos outros, da comunidade e dos cidadãos. O nosso papel é ajudar quem precisa”, lembrou o edil, deixando ainda a certeza que o pedido de apoio de outras instituições serão sempre analisados e correspondidos na medida das necessidades da autarquia e de acordo com os objectivos específicos de cada projecto.
O edil sublinhou, no entanto, que a Via Nova terá três anos para pôr o projecto em curso, caso contrário o terreno reverterá para a Câmara, salvaguardando assim a efectivação do desígnio para o qual foi cedido. “Há um caso ou outro que já vem de longe e que estamos a resolver com calma”, explicou Manuel Martins sobre a cedência de terrenos, há anos, a instituições que ainda não avançaram com os planos assumidos.
A Associação de Solidariedade Social “Via Nova” foi formalmente constituída a 14 de Agosto de 2003, com o propósito inicial de prestar apoio voluntário a instituições de solidariedade social. Em 2004, a valência Lar de Infância e Juventude iniciou a sua actividade, por solicitação e em parceria com o Centro Distrital de Segurança Social.
Hoje o seu objectivo é “acolher crianças e jovens (de todo o distrito) desprovidas de rede familiar de suporte, tendo como princípio genérico proporcionar estruturas de vida aproximadas às da família”. Depois de algum tempo instalados provisoriamente na Pousada da Juventude, em Setembro de 2004, essa actividade passou a ser exercida em dois imóveis (uma vivenda e um apartamento) alugados no centro de cidade e que hoje custam à instituição 1300 euros mensais e não comportam as condições necessárias para o trabalho que a Via Nova quer desenvolver junto dos jovens.