A Galandum Galundina- Associação Cultural esclarece que a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino de Miranda do Douro decidiu este ano não organizar o L Burro I L Gueiteiro- Festival itinerante da Cultura Tradicional em parceria. Em comunicado, a Galandum sublinha que as novas propostas da AEPGA a estariam a “empurrar para fora do festival que tinha criado “. “Entenda-se que a AEPGA não tomou a decisão de não concretizar a organização do L Burro i L Gueiteiro. A AEPGA tomou, unilateralmente, a decisão de não o querer organizar, este ano, com a Galandum Galundaina – Associação Cultural”, pode ler-se.
O desentendimento terá começado em fevereiro deste ano, aquando da reunião de discussão do balanço financeiro da edição de 2018. Foi nesse encontro que a AEPGA propôs à Galandum que a Palombar, Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural, com sede em Vimioso, fizesse parte integrante da estrutura organizativa do festival em iguais condições das outras duas associações organizadoras, constituindo-se um agrupamento de associações sob coordenação da AEPGA. Em resposta, a Galandum Galundaina terá sublinhado a intenção de que o festival fosse apenas organizado pelas duas associações iniciais, “podendo a Palombar ou qualquer outra associação participar com iguais direitos e deveres na comissão organizadora que se formaria a cada ano”. A proposta da Associação Cultural, como inscreve o comunicado, “foi sucessivamente negligenciada e recusada por parte da AEPGA que, insistiu cegamente em que se discutisse apenas uma estrutura a três, com a Palombar”, acrescentando que, “considerando que os órgãos sociais da Palombar são em grande parte constituídos pelos mesmos que fazem parte da AEPGA e vendo que estava a ser empurrado para fora de um festival que tinha criado, em 2002, e para o qual convidou a AEPGA, a Galandum Galundaina – Associação Cultural tomou a iniciativa, ponderada, de registar a marca que criou, junto do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual, algo que, de facto, deveria ter sido feito aquando da primeira edição”.
Apesar do desacordo, a Galandum Galundaina manteve a intenção de contar com a colaboração da AEPGA na realização do festival, pretendendo criar uma entidade exclusivamente para esse fim, centralizando contas e bens. Sem resposta para a proposta de constituição de uma estrutura organizativa e para as questões relacionadas com a produção e financiamento, tendo apenas sido publicado um comunicado em que a AEPGA alegou ter deixado de existir uma partilha de valores e objetivos comuns, a Galandum afirma que percebeu “tardiamente que temos vindo a ser afastados, lentamente, da organização e das burocracias deste festival”.
Por fim, a Galandum diz já ter comunicado o sucedido à câmara municipal de Miranda do Douro, que apoia financeiramente o festival, verba cabimentada à AEPGA, “que o solicitou apenas em seu nome e como tal, não será entregue este ano”.
No entanto, a Associação Cultural mantém o convite à AEPGA para participar na organização conjunta de próximas edições do festival, reiterando que o L Burro i l Gueiteiro “é um festival da Terra de Miranda e assim queremos que se mantenha, já no próximo ano, como o melhor festival do mundo”.
