Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
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Gatafunhos da vergonha

Ao amigo leitor que me está a ler, e que, apesar da minha desgarrada literatice, sabe aglutinar as letras, formar palavras, encadear frases e, finalmente, extrair delas o sentido, faço-lhe um desafio: experimente pegar num jornal escrito em chinês, ou em russo, ou em árabe. E tente perceber o que está lá escrito. É isso mesmo: uma sensação de frustração, de vazio, de enervamento por não perceber patavina do que lá vem. Um sentimento de impotência, de radical ignorância ou, como se diz na caricatura popular: como um boi a olhar um palácio!

Pois é assim mesmo que sente um analfabeto da nossa terra, ao olhar para um jornal luso, seja ele de que qualidade for. Deve ser uma sensação de menoridade, de pequenez, de extrema humilhação.

Durante décadas, milhares de portugueses nasceram e morreram sem terem o privilégio de poderem adquirir algum conhecimento pela leitura. Agarrados a uma ruralidade rude e crua, com os astros por relógio e a meteorologia por mandante, calcorrearam as calçadas e as leiras das aldeias sem nunca se aperceberem que o mundo que gostariam de ter conhecido e que julgavam tão distante, podia estar ali à mão de semear, nas folhas de um jornal esquecido ou nas páginas de um livro a

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