Tudo começou quando a Guarda Civil espanhola, pelas 21h00, localizou uma carrinha carregada com explosivos em Bermillo de Sayago, Zamora, próximo da fronteira portuguesa (Mogadouro). Dois agentes da Guarda Civil, num controlo de rotina, decidiram mandar parar a carrinha, que levantou alguma suspeita por ter matrícula francesa.
Na altura, a mulher seguia à frente da carrinha, num outro carro, também com matrícula francesa. Ao ser confrontado com a operação STOP, o condutor saiu da carrinha e correu de imediato para a viatura da guarda espanhola (com a chave na ignição), deixando os guardas apeados e arrancando a toda a velocidade. A mulher já se tinha colocado em fuga.
Entretanto, depois de entrarem em Portugal, seguiram pela Estrada Nacional até Mogadouro, passando em Carviçais, Larinho e Torre de Moncorvo. Aqui, o espanhol acaba detido, a poucos metros do Quartel da GNR, depois de alguns disparos da forças de segurança.
A perseguição continuou à procura da mulher espanhola que seguia ao volante de um Opel Astra, vindo a ser detida na Barragem do Pocinho (ainda no concelho de Moncorvo). Acabou por não oferecer resistência, não tinha armas, mas no interior da viatura foi encontrada diversa documentação de identificação falsa que, segundo uma fonte da GNR, dava para mais de uma dezena de pessoas. Os detidos foram conduzidos ao Quartel de Torre de Moncorvo e entregues depois à Polícia Judiciária.
As autoridades espanholas encontraram na carrinha (alugada), cujo destino era Portugal, dez quilos de explosivos, 50 relógios utilizados como temporizadores, sensores de movimento usados nas chamadas «bombas lapa», várias ampolas de mercúrio, botijas de gás de pressão, normalmente aproveitadas pela ETA para produzir bombas canhão, diverso material electrónico e duzentas placas de matrículas de Portugal, Espanha e França.
Os detidos pelas autoridades nacionais, ambos na casa dos 30 anos, são Garikoitz García Arrieta, indiciado pelos crimes de roubo de viatura e terrorismo, e a mulher, Iratxe Yáñez Ortiz de Barron, suspeita de falsificação de documentos e adesão e apoio à actividade terrorista.
Nos próximos dias deverão ser extraditados para Espanha.