O Boticas tentou reagir, mas praticamente não conseguiu criar situações de perigo para a baliza de Ivo, à excepção de um pontapé de canto que o guarda-redes vila-realense conseguiu suster. Já o Vila Real tentou em velocidade chegar à baliza de David. Teve duas boas situações para aumentar a vantagem, mas a defesa levou a melhor sobre os avançados forasteiros. Aos 16’, Shuster faz um excelente trabalho, ultrapassa vários adversários, oferece o golo a Bessa, mas David interpôs-se com categoria. Perto da meia hora de jogo foi mais uma vez David a brilhar. De novo Shuster a fazer uma grande abertura para Moura que fica isolado, coloca em Luís Alves que faz o remate para uma excelente defesa de David. Com um meio–campo povoado e versátil, os forasteiros conseguiam lançar perigosos contra-ataques, mas não foram eficientes no último remate. A vantagem ao intervalo ajustava ao que se passou durante os primeiros 45 minutos.
A perder, o técnico da casa apostou nos mesmos elementos em campo. Na segunda parte, os alvi-negros voltaram a entrar mais acutilantes e através de um pontapé de canto, Ernesto não aproveita a confusão na área e o remate enrolado acaba por esbarrar num defesa botiquense. Com o passar do tempo, o Boticas começou a acreditar que era possível alcançar um resultado positivo perante uma das equipas favoritas a vencer este campeonato. A entrada de Shoio deu maior profundidade ao jogo da sua equipa e através de um livre coloca a bola com perigo na área, mas valeu o corte de Ernesto, a aliviar pela linha lateral. Aos 75’, o Boticas desperdiçou a sua melhor oportunidade de todo o jogo. Numa jogada de entendimento no ataque, Shoio faz um grande remate para Ivo brilhar, a bola ainda ficou em Buba que acabou por rematar ao lado da baliza. Este foi o melhor período do Boticas no jogo, tentando chegar à igualdade. Apesar deste lance mais complicado para as hostes alvi-negras, estes conseguiam fazer uma pressão alta sobre os homens mais avançados e não davam espaços para os visitados organizarem o seu futebol. Também nunca descoraram o ataque e as trocas de bola a meio-campo. Já perto do final, Miguel Ângelo teve nos pés a oportunidade soberana para “matar” o jogo. O vila-realense aparece isolado no lado esquerdo e já com o guarda-redes, David, ultrapassado remata, mas valeu a pronta intervenção de um defesa local a tirar a bola da rota da baliza.
Depois de uma vitória folgada na jornada inaugural, o Vila Real encontrou em Boticas uma equipa mais coesa e “dura” no ataque à bola. Mesmo assim, mostrou ser a melhor equipa e mereceu somar mais três pontos. O Boticas lutou até ao final por outro resultado, mas não conseguiu contrariar o favoritismo dos forasteiros.
A equipa de arbitragem fez um trabalho regular e não teve qualquer influência no resultado final, mas deve ter mais atenção ao capítulo disciplinar.
Carlos Manuel, treinador do Vila Real
“A nossa vitória nunca esteve em risco”
Com a segunda vitória em dois jogos, o técnico alvi-negro mostrou-se satisfeito com o resultado e com a exibição dos seus atletas, sublinhando que a vitória foi merecida.
“Houve uma determinada altura no jogo que o adversário começou a acreditar, mas a nossa vitória nunca esteve em risco. O Boticas apresentou uma equipa muito agressiva e muitas vezes a roçar a maldade, que limitou um pouco a nossa equipa, nomeadamente na primeira parte. Nestas situações, o árbitro deveria ter actuado de outra forma a nível disciplinar. Aliás, se fosse num campeonato nacional metade da equipa do Boticas já teria cartões amarelos no final do primeiro tempo. Lembro-me de situações de jogo em que as bolas divididas eram quase sempre precedidas de falta e isso acabou por limitar a nossa estratégia. Somos uma formação que gosta de jogar em ataque organizado, mas também não tivemos grandes espaços para expor o nosso futebol. Mesmo assim, acabamos por ultrapassar mais um obstáculo e pela atitude que mostramos, merecemos vencer”.
ZÉ CÂNDIDO, TREINADOR DO BOTICAS
“Não fomos inferiores ao Vila Real”
No final do encontro, o técnico da casa mostrou-se conformado com o resultado, mas realçou a boa atitude da sua equipa.
“Jogamos de igual para igual com o Vila Real, não fomos inferiores. O golo sofrido foi um pouco consentido, uma vez que houve falhas na marcação. Ficou provado que temos uma boa equipa e também proporcionamos um bom espectáculo. O árbitro não esteve muito mal, mas foi um pouco tendencioso e puxou um bocadinho para o Vila Real, mas já se compreende o porquê. Para o campeonato, podemos esperar um Boticas combativo, que tem valor e que se bate, tanto em casa como fora, pelo resultado com qualquer equipa. Gosto muito de comandar estes jogadores e tenho a certeza que vamos fazer uma boa campanha no campeonato. Mais uma vez, a sorte não esteve do nosso lado, mas ela vai acabar por aparecer nos próximos jogos”.
Ficha Técnica
Jogo disputado no Complexo Desportivo de Boticas.
Árbitro: Hugo Araújo
Auxiliares: Ruben Clemente e Iancu Vasilica
BOTICAS – David, Zé Beça, Ambrósio, Júlio, Patrick (Guimbas, 77’), Luís Coelho, Trivie (Malta, 8’), Paiva (Shoio, 65’), Ruca, Conde, Buba.
Suplentes não utilizados: Marinheiro, Macedo e Paulo Soares.
Treinador: Zé Cândido
VILA REAL – Ivo, Leirós, Ernesto, Nuno Fredy, Matos (Miguel Ângelo, 66’), Francis (Norberto, 66’), Shuster, Moura, Bessa, Luís Alves (André Azevedo, 81’), André Lisboa.
Suplentes não utilizados: Pedro, André Teixeira, Henrique e António.
Treinador: Carlos Manuel
Ao intervalo: 0 – 1
Marcador – Shuster (9’)
Cartões Amarelos: Malta (49’), Guimbras (87’), Ambrósio (92’), André Lisboa (94’).