No nosso país, os efeitos na devastação da economia, pública e privada, é bem visível nas centenas de milhares de desempregados, que tão cedo não encontrarão trabalho, que lhes permita refazer as suas vidas.
Problema com maior impacto nos grandes centros populacionais, onde o potencial turístico demorará muitos anos a recuperar. Não é que no interior do país não se sintam já alguns efeitos, mas, claramente menores. Para quem, como nós, defende que não é aceitável um país a duas velocidades, julgamos ser este o momento para corrigir isto, esperando que haja outro tipo de políticas públicas, que olhem para o país no seu todo, em coesão territorial, como os autarcas e ex-autarcas sempre defenderam, com pouco sucesso, diga-se.
A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, em entrevista deste fim de semana, afirmou que a pandemia encaminhou muita gente para o interior, tendo salientado que estava a provocar muito sofrimento, pelo desemprego gerado pelo encerramento de empresas e causando diminuição da qualidade de vida, interrogando se esta não era altura de ponderar se vale a pena viver nas grandes cidades.
A nós parece-nos evidente, que grande parte das pessoas que saíram das suas terras, para írem para as grandes cidades, fizeram-no porque só aí encontraram trabalho. E temos como certo, que no dia em que o interior oferecer trabalho, as pessoas regressarão, e os que resistiram e ficaram por cá, não terão mais vontade de partir.
Porém, a atração pelo interior, requer políticas de apoio à economia, nomeadamente na agricultura, silvicultura e pecuária, setores onde é fácil de intervir com êxito económico.
Anos atrás, havia grandes dificuldades nas redes viárias e de comunicação que hoje estão superadas. Agora faltam projetos viáveis.
As verbas comunitárias, da “bazuca europeia”, e os técnicos qualificados pelas Universidades e Politécnicos do país, podem construir a coesão territorial a que a Ministra se referia. Contamos com a grande vantagem do custo de vida no interior ser consideravelmente inferior.
Aqui deixamos mais uma vez, um apelo às nossas autarquias locais, para que invistam em projetos do setor primário e reivindiquem os fundos comunitários que vão estar disponíveis a curto prazo. Esta poderá ser a luz ao fundo do túnel para milhares de concidadãos nossos que, de um momento para o outro, se viram sem condições de sobrevivência, longe das suas terras de origem.