Que luta esta em que batalho há (com H) anos! Só que antes não fazia tanta confusão, pois “olhos que não veem, coração que não sente”. Agora, com a multiplicação das redes sociais e com os posts e reflexões clichés que por aí proliferam, o coração sofre e sofre o estômago, sofrem os rins, os pulmões, o fígado e todos os órgãos do corpo. Acho mesmo que até é capaz de sofrer a própria glândula pineal, que, de acordo com algumas pesquisas, é o órgão mais pequeno do corpo humano. Esta glândula responsável por libertar a hormona que nos deixa com sono durante a noite fica seriamente em sofrimento e lá se vai o meu sono. É que é cada tesouro ortográfico que não há (com H) quem aguente.
De uma vez por todas: se o “há” assume na frase o papel de verbo “haver” ou “existir”, escreve-se com H. Se não, não se escreve com H.
Mas, atenção! Para completar o quadro há (com H) quem já distinga quando deve ou não deve usar o H, contudo ainda não descortinou bem o uso do acento no à (sem H) e vai de escrever “á” com acento agudo.
Chegou o momento de revelar o grande segredo:
Não existe a palavra “á” na língua portuguesa. Existe “à”, com acento grave, que é a contração da preposição “a” com o determinante artigo definido “a”. A esta junção dá-se o nome de crase, na medida em que a preposição “a” se vai unir a um determinante ou a um pronome também iniciado pela vogal “a”, sendo obrigatório o uso do acento grave. Assim, este acento ocorre, apenas em palavras como “à”, “às”, “àquela”, “àquelas, “àquele”, “àqueles” e “àquilo”.
Só para terminar, ainda temos o ÁS, mas esse é aquele que todos deveríamos ser quando toca a usar corretamente a nossa querida língua portuguesa!