Este homem teve de “pegar numa mangueira” e apagar as chamas que saiam da roupa do corpo da sua mãe. Um drama que o chocou. “A minha mãe deve ter caído e o xaile deverá ter ficado junto ao lume e começou a pegar fogo, num dos braços”. Quando João Sousa chegou ao local já uma parte da parede de madeira estava em chamas. O seu filho disse que já tinha “avisado a mãe para ter cuidado com a lareira”, e julga mesmo, que se tivesse chegado “mais cedo meia hora, poderia tê-la salvo”.
O alarme foi dado pela sua mulher que tinha ido à escola buscar a filha e no caminho para casa sentiu um forte cheiro a queimado, suspeitando que poderia ser na casa da sogra, chamou logo uma cunhada para ver o que se passava”. Quando chegaram à habitação, a idosa já estava morta.
Meia hora antes do incêndio, a nora da vítima esteve com Laurinda de Sousa que lhe pediu para ir comprar uma dúzia de ovos.
Quando os Bombeiros de Vila Pouca de Aguiar chegaram ao local já pouco trabalho tiveram e o comandante António Sarmento, confirmou o que João Sousa já nos tinha relatado.
A origem do foco de incêndio “terá estado na ignição da sua própria roupa”. A família suspeita contudo que “lhe terá dado qualquer coisa, antes de cair no chão”.
A idosa vivia sozinha, a alguns metros da casa do filho, sendo este que lhe providenciava a alimentação e lhe prestava outros cuidados, dado que a octogenária tinha já alguma dificuldade em mover-se, tendo ainda a ajuda de uma bengala.
O corpo foi levado para a delegação do Instituto de Medicina Legal do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro em Vila Real onde foi autopsiado.