Incúria, esquecimento e, porventura, muito trabalho, nas Urgências. Estas serão, provavelmente, as razões porque uma doente do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro regressou a casa, depois de ter estado internada, com o cateter do soro espetado no braço. Ana Maria, nora da doente, ambas residentes em Pinduradouro, freguesia de Gouvães da Serra, contou as peripécias do seu familiar e manifestou, ao Nosso Jornal, o seu descontentamento. As suas queixas, além da “agulha espetada no braço”, também incidiam pela demora no internamento.
“A nossa família não gostou do que aconteceu com a minha sogra. Por um lado, esteve, desde as 14 horas de 6 de Janeiro até ao dia 8, no corredor das Urgências do Hospital, mesmo depois de ter recebido ordem de internamento. Depois, foi o caso da agulha”. Segundo a sua versão, a agulha (cateter) que serviu para a aplicação de soro em Maria de Lurdes Cunha, de 74 anos, no Centro Hospitalar de Trás-os- -Montes e Alto Douro, ainda estava espetada no braço, passados dois dias após o seu regresso a casa, a 11 deste mês.
“Eu nem sabia que ela trazia a agulha. Só que, ao fim de dois dias, é que a minha sogra começou a queixar-se de que tinha dores no braço, quando o levantava. Foi então que encontrei ainda o plástico onde entrava o tubo e agulha enterrada na pele!”, contou Ana Maria, acrescentando: “Tive de a arrancar e desinfectar-lhe o braço!”.
A septuagenária, na altura, padecia de “estado de desorientação, anemia e insuficiência renal”. Da unidade hospitalar, “a família ainda não recebeu qualquer explicação para o facto”.
Jmcardoso