Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
No menu items!

Injecção financeira de 32 milhões para o turismo duriense

Vinte e cinco projectos prometem dinamizar o sector do turismo no Douro, região que, no total dos vários sectores, tem já aprovados incentivos comunitários nas ordem dos 160 milhões. O que parece ser uma boa nova para a região para alguns não passa de uma “desilusão”.

-PUB-

O Espaço Miguel Torga, a requalificação do Cais do Pocinho, o Centro de Artes e Eventos de Torre de Moncorvo e o Núcleo Museológico do Vinho são apenas alguns dos 25 projectos que, aprovados pelo Programa Operacional Regional do Norte (“ON.2 – O Novo Norte”) e apresentados publicamente no dia 11, vão trazer para o turismo duriense um investimento de 32 milhões de euros.

“Este é um investimento duplamente valioso porque vamos desenvolver o turismo na região e projectá-la a nível internacional e, ao mesmo tempo, valorizar o seu património cultural”, defendeu Calros Lage, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N).

Sem destacar um projecto em específico, o mesmo responsável sublinhou apenas o facto de, entre os 25 projectos, “15 terem uma forte componente cultural”, já que “não há desenvolvimento sustentado sem que os recursos culturais sejam um prioridade”.

Num universo de 41 candidaturas, foi escolhido um grupo de projectos “com cabeça, tronco e membros”, houve uma “lógica de investimento”, explicou Ricardo Magalhães, chefe da Estrutura de Missão do Douro adiantando que no futuro, quando houver oportunidades num novo “envelope financeiro”, outros candidaturas agora excluídas poderão ser apoiados.

Os 25 projectos agora apoiados dividem-se em cinco eixos: infra-estruturas complementares de âmbito local e sinalização turística, actividade turístico-fluvial, património ambiental e desenvolvimento rural e local, património histórico-cultural e qualificação dos recursos humanos, inovação e conhecimento no turismo.

“Não temos memória de um apoio tão decisivo para a região”, defendeu Mário Rui Silva, da Comissão Executiva do ON.2 – O Novo Norte, lembrando que existe um conjunto de “compromissos” para o sector do turismo na região Norte (que inclui, por exemplo, a rede de Centro de Informação Turística do Douro ou as acções de promoção externa) que vai trazer um investimento total de 170 milhões de euros, dos quais 29 por cento corresponde a cota do Douro.

O mesmo responsável acredita que estamos num “momento de justificado optimismo” quando se fala do turismo na Região Norte que, “apesar da severa crise internacional em que vivemos, com repercussões na generalidade dos sectores da economia, observa uma dinâmica excepcional”, registando índices muito positivos por exemplo no número de dormidas ou tráfego de passageiros no Aeroporto Sá Carneiro. “Temos indicadores iniludíveis de que o sector do turismo está em expansão e é promissor”, defendeu.

Por outro lado, Carlos Lage recordou que, “apesar de muito importante para o sector”, o investimento agora garantido é apenas “uma fatia do bolo maior” de verbas provenientes dos fundos comunitários. O ON.2 – O Novo Norte já afectou à região do Douro 160 milhões de euros para projectos nas mais diversas áreas como a construção dos centros escolares ou recuperação de centros históricos, prevendo-se já a inclusão neste envelope financeiro do orçamento para a construção do Parque de Ciência e Tecnologia de Trás-os-Montes, que deverá oscilar entre os 10 e os 15 milhões de euros, confirmou Carlos Lage.

Apesar dos elevados valores em jogo, algumas vozes levantam-se já contra as opções do Programa Operacional Regional do Norte, como é o caso do presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Lopes, que diz estar “insatisfeito” com as prioridades estipuladas. Para o autarca é criticável a escolha de projectos de grande dimensão e a concentração de financiamento para iniciativas da responsabilidade do Estado, nomeadamente da Direcção Regional da Cultura do Norte.

Francisco Lopes, que classificou o programa de investimentos como “uma desilusão”, lamentou que se tenha demorado um ano inteiro para seleccionar os 25 projectos e apontou o dedo para as escolhas, referindo, por exemplo, que no seu concelho preferia ter visto aprovado o projecto para a construção do Museu Ibérico do Entrudo em vez do cais de Bagaúste, apenas “mais um cais” que “não vai acrescentar mais nada ao desenvolvimento turístico do Douro”.

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS