A Junta de Freguesia de Salvador, no concelho de Ribeira de Pena, está há mais de cinco anos à espera pelo processo de aquisição de uma antiga casa florestal em Vilarinho. A intenção de levar por diante um projecto de recuperação e requalificação do imóvel parece esbarrar na Direcção Geral do Património. Foi o próprio presidente da Junta de Freguesia do Salvador, Joaquim Pinto, que adiantou, ao Nosso Jornal, este “impasse com mais de cinco anos”. O autarca deixou transparecer alguma revolta e, ao mesmo tempo, desalento, por tantas dificuldades em avançar com o projecto. “As casas florestais, que eram os marcos da floresta e que poderiam ser aproveitadas para fins turísticos e refúgios das equipas de sapadores, aparentemente parecem ser ostracizadas pelo erário público. Em alguns locais, no concelho de Ribeira de Pena, existe apenas o sítio de algumas delas”.
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O caso de Vilarinho, segundo o edil, foi configurado inicialmente num processo de hasta pública e depois passou a Património do Estado. “Com esta nova realidade, desenvolvemos o projecto todo nesta vertente. Só que, apesar da própria Autoridade Florestal Nacional nos dar razão nas nossas preocupações, propôs uma equipa para avaliação e não há uma decisão sobre esta matéria. O Estado esqueceu-se que o Património foi construído pela então DGF e Serviços Aquícolas, e hoje, o terreno, com as novas normas, é das pessoas e dos compartes”.
Na antiga casa florestal, a Junta de Freguesia do Salvador pretende instalar a equipa de sapadores florestais e ter ainda condições para valências ligadas ao turismo de natureza, e mesmo para fins pedagógicos ambientais, junto da comunidade escolar.
Recorde-se que, já em 2006, das 1100 antigas casas de guardas florestais existentes nas áreas protegidas e matas nacionais, apenas cerca de 30 se encontravam recuperadas e utilizadas para turismo da natureza, actividade para a qual foram regulamentadas. A maior parte das casas florestais encontra-se em ruínas apesar deste património do Estado ter sido convertido, através de legislação em 1999, em casas-abrigo, destinadas a alojar turistas e a promover actividades de contacto com a natureza. Intenção que acabou por não sair do papel.
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