Desta vez, (28 de Abril/01 de Maio) fomos até Duruelo de la Sierra, a sede de um Município Ribeirinho do Douro/Duero, já nas faldas dos Montes Cantábricos na Serra de Urbion. Estivemos, uma expressiva comitiva da Liga dos Amigos do Douro Património Mundial (LADPM), que sonhava ir conhecer a nascente deste grande rio, que tão marcadamente identifica a sua vasta bacia hidrográfica. Todos sabemos que as nascentes dos rios, são praticamente todas iguais, embora umas mais iguais que outras.
A deste é um tudo-nada diferente, porque, em boa verdade, é a Laguna del Duero que verdadeiramente marca o início do rio. E para aquela Laguna confluem as muitas escorrências das chuvas e das neves da Serra de Urbion.
Sonhámos deixar no local um sinal da nossa presença. Depois de consultados os donos do local – as autoridades do Município ribeirinho, escolhemos Duruelo de la Sierra, a sede do Concelho onde se situa a Laguna – uma pequena mas risonha povoação de cerca de dois mil habitantes, onde implantamos e inauguramos, um Marco de Xisto “Feitoria de Alma”, igualmente da autoria da artista Gracinda Marques, uma réplica dos Marcos com que se vem assinalando os Municípios portugueses do Alto Douro Vinhateiro, classificados pela UNESCO como Património da Humanidade.
Este Marco de Xisto, tem esculpido todo o percurso do Rio, desde Duruelo até ao Porto (+/- 1000 Kms) bem como o registo de todos os Municípios ribeirinhos associados na Associação Ibérica dos Municípios Ribeirinhos do Duero/Douro (AIMRD), ficará a atestar também a aliança entre todas as comunidades locais pertença da bacia hidrográfica, porque todas são, desde a nascente à foz – comunidades durienses.
Se a Liga dos Amigos do Douro, teve a iniciativa de conceber este Marco, a sua implantação só foi possível, graças ao empenho da AIMRD cuja presidente da Direção – a Alcaidesa de Aranda do Douro, bem como a Alcaide do Ayuntamiento de Duruelo de la Sierra, nisso se empenharam. Colaboração que de resto prosseguirá, com base no Protocolo de Acordo que ambas as Associações – LADPM e AIMRD assinaram no local, aquando do descerramento das placas com que se inaugurou este pequeno monumento.
Este xisto, retirado das entranhas do Vale do Côa, igual certamente àquele em que os nossos antepassados gravaram as suas memórias e a sua arte rupestre, ficará a atestar que toda esta portentosa bacia hidrográfica do Douro, é um património da humanidade que nos compete preservar, valorizar e fruir.
A “Feitoria da Alma”, na feliz expressão da autora.