Contudo, o ritmo dos trabalhos na linha não está a agradar a algumas forças políticas. O deputado, Agostinho Lopes (PCP), manifestou, ao Nosso Jornal, a vontade em confrontar o Governo com a quase ausência de intervenções na plataforma da via. “O que sabemos é que a circulação está interrompida devido ao plano anunciado pelo Poder Central. Agora olha- -se para a linha e não se vê qualquer evolução nas obras. A via do vale do Corgo tem um lugar insubstituível de interesse público para as populações e para o turismo, portanto devemos apostar na sua dinamização e valorização”, sublinhou.
Também o presidente da junta de freguesia de Alvações do Corgo, Manuel Liberato, está atento ao desenvolvimento do projecto. “Embora não note agora grandes intervenções na linha, soube, por fonte não oficial, que o comboio vai mesmo voltar a circular. Neste momento, decorrem estudos para a instalação de passagens de nível automáticas adequadas ao traçado”, frisou o autarca.
Recorde-se que a antiga secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, prometeu, em meados do último ano, numa reunião do Governo Civil, de que a linha ferroviária do Corgo iria reabrir em Setembro de 2010, mas esta data deve ser difícil de cumprir. Aliás, a segunda fase da obra, cujo início apontava para Setembro de 2009, ainda nem sequer se iniciou.
Recentemente, os presidentes de câmara de Vila Real, Santa Marta de Penaguião e Régua, e os presidentes das juntas de freguesias abrangidas pela via-férrea, entre outras entidades, já tinham deixado claro o desejo da concretização de todo o projecto. Com adopção da bitola europeia, o material de circulação deverá ser alterado, ou seja, prevê-se a utilização de novas composições.
O investimento do Governo para a linha do Corgo aponta para os 23,5 milhões de euros.