Pedro Passos Coelho é o cabeça de lista do Partido Social-Democrata (PSD) na corrida legislativa de Setembro, uma opção “consensual” disse o presidente da Comissão Política Distrital do partido, na noite do dia 14, depois de uma reunião de onde nem todos saíram satisfeitos.
“Um conjunto de secções não se revêem na proposta da Comissão Política Permanente”, confirmou Fernando Campos, presidente da concelhia de Boticas e um dos cinco elementos da distrital que votou contra a lista encabeçada por Pedro Passos Coelho.
Na votação que levou à aprovação da relação de nomes que ontem foi já entregue à Comissão Nacional, e da qual espera-se agora ‘luz verde’, registaram-se 22 votos a favor, cinco contra e dois brancos, ou seja, metade das 14 secções existentes no distrito relevou não concordar com a proposta apresentada.
Para além de Pedro Passos Coelho, a lista é composta, sucessivamente, por António Cabeleira, de Chaves, Isabel Sequeira, de Valpaços, Luís Pimentel, de Alijó, Nataniel Araújo, da JSD de Vila Real, e Guilhermina Costa, de Montalegre.
Na justificação para a insatisfação daqueles que impediram a unanimidade está o facto do cabeça de lista não “ter uma ligação mais efectiva ao distrito”. “Devia ser uma pessoa que reside, conhece e convive connosco, e não uma pessoa que durante muitos anos apenas veio cá esporadicamente”, defendeu Fernando Campos, recordando que, nesse aspecto, “as experiências do passado são muito más”.
Outro senão levantado pelas facções que discordaram com a lista apresentada é, segundo o autarca de Boticas, o facto desta não contemplar o nome de Ricardo Martins, um deputado que tem feito “um excelente trabalho na Assembleia da República” em defesa da região.
Não se trata de pôr em causa “a qualidade das pessoas que constituem a lista” mas sim o facto desta ser “fechada” e representar “apenas um conjunto de secções”, esclareceu Fernando Campos, considerando ainda que “poderia ter havido alguma abertura para um conjunto de militantes que apoiaram a actual líder do partido”, Manuela Ferreira Leite, sendo de recordar que, no sufrágio que levou à sua eleição, o seu grande opositor foi, exactamente, Pedro Passos Coelho.
Domingos Dias, presidente da Comissão Política Distrital de Vila Real do PSD, garantiu que o nome de Pedro Passos Coelho para primeiro lugar da lista foi uma escolha consensual de todos os presentes. “Consenso não quer dizer unanimidade”, sublinhou o mesmo responsável político, advertindo que os votos negativos e em branco dizem respeito à votação sobre a totalidade da lista, e não especificamente em relação ao seu ‘número um’.
Confiante de que a Comissão Nacional vai subscrever as opções da distrital, Domingos Dias explicou que Pedro Passos Coelho “é uma mais-valia para o distrito e para o partido”. “Temos a certeza que ele significará uma mais-valia para os resultados que o PSD vai ter nas legislativas de Setembro”, reforçou o autarca aguiarense.
Relativamente à ‘frágil’ ligação do candidato ao distrito, defendida pelos opositores da escolha, Domingos Dias defende que Pedro Passos Coelho “tem muita afinidade com Vila Real” desempenhando mesmo actualmente a função de presidente da Mesa da Assembleia Municipal da capital vila-realense.
No que diz respeito às opções dos vários partidos para os nomes que poderão ocupar os seis lugares relativos aos círculo eleitoral de Vila Real, de recordar que já foi apresentado oficialmente o nome do médico Manuel Cunha, pela CDU, sendo já também conhecido o nome de Alda Macedo como cabeça de lista do Bloco de Esquerda.