Quarta-feira, 4 de Dezembro de 2024
No menu items!

Lusopress existe para “unir os portugueses”

“Unindo as pessoas” é o lema da Lusopress, um órgão de comunicação, com sede em Paris, criado há 17 anos pelas mãos de Lídia Sales, com o objetivo de “promover e fomentar a língua portuguesa através de conteúdos informativos e de entretenimento”.

-PUB-

Isabel Oliveira é jornalista na Lusopress, onde está desde 2018. Sobre o projeto, explica que “ajuda a dar voz e vida aos portugueses espalhados pelo mundo”, referindo que “mais do que aproximar os emigrantes das suas raízes, acabamos por criar união entre eles”. E dá um exemplo muito prático. “Temos muitos empresários que hoje em dia são amigos e fazem trocas comerciais entre si graças à Lusopress”.

O projeto, frisa, “é muito acarinhado” e isso percebeu-se, recentemente, “pelos piores motivos”. A mentora do projeto, Lídia Sales, faleceu em maio deste ano e “aquilo que mais nos têm pedido é para continuarmos com a Lusopress”.

De referir que a Lusopress começou por ser um jornal, passando depois a ser uma revista mensal e, mais tarde, introduziu a componente do vídeo, dando origem à Lusopress.TV. A ideia é mostrar a integração da comunidade portuguesa nos países onde residem.

PORTUGUESES DE VALOR

Uma das iniciativas da Lusopress dá pelo nome de “Portugueses de Valor”, que conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República, e cujo objetivo é premiar, anualmente, 10 individualidades pelo trabalho desenvolvido em várias áreas, seja ela empresarial, cultural, política ou solidária. A iniciativa teve a sua primeira edição em 2011 e, desde então, já atribuiu mais de 100 prémios.

Todos os anos são nomeadas cerca de 100 pessoas, ainda que “este ano ficámos abaixo desse número. Foram à volta de 80”, indica Isabel Oliveira, explicando que “o objetivo é dar destaque a portugueses que têm muito valor, mas que normalmente passam despercebidos, até pela comunicação social de Portugal”.

A lista dos nomeados “é feita de pessoas que vamos conhecendo no nosso dia a dia ou com nomes que nos são indicados por anteriores nomeados”, refere a jornalista, sendo que, posteriormente, “há um júri que decide quem são os vencedores”.

A gala final decorreu, este ano, em Lisboa, mais precisamente no Casino do Estoril, depois de, em anos anteriores, ter passado por Paris, Troia, Viana do Castelo, Açores, Leiria, Boticas, Figueira da Foz, Faro e Bragança.

Entre os nomeados estavam 10 transmontanos e alto durienses, ou com raízes nesta região, desde Bragança, Moimenta da Beira, Tarouca, Peso da Régua e Mirandela.
Além da iniciativa “Portugueses de Valor”, a Lusopress dinamiza, ainda, a eleição da Miss Portuguesa em França.

TRANSMONTANOS NOMEADOS

Adérito Martins – O empresário, natural de Terroso, no concelho de Bragança, emigrou, ainda jovem, para Madrid. Regressou a Portugal, aos 20 anos, para cumprir serviço militar, com o objetivo de voltar para Madrid, mas acabou por abrir um restaurante em Bragança. Mais tarde, em 2002, e já com 50 anos, voltou a emigrar, desta vez para França. Atualmente, divide o seu tempo entre Portugal e França, onde vivem os três filhos.

 

Cristèle Alves Meira – Filha de pais portugueses, com costela minhota e transmontana, nasceu em Montreuil, na França. Com o sonho de ser atriz, formou-se em representação, tendo iniciado a sua carreira como diretora de teatro. Do seu currículo fazem parte alguns documentários e curtas-metragens, sendo o trabalho mais recente uma longa-metragem, rodada em Trás-os-Montes e apresentada no festival de Cannes.

João Caetano –Nasceu em Moimenta da Beira e é conhecido pelos enchidos que comercializa através da empresa que criou e instalou em Tarouca. O negócio é uma “herança” familiar, tendo em conta que deixou de estudar aos 15 anos para ajudar o pai e aos 18 já geria grande parte do negócio. Além do fumeiro, tem também uma empresa dedicada à produção de maçã.

 

Jorge Carvalho –Natural de Várzea da Serra (Tarouca), foi trabalhar para Lisboa aos 16 anos. Em 2005 rumou a França, onde é sócio da empresa Cabral & Carvalho, que se dedica à construção de moradias de luxo no sul de França, mais precisamente em Sainte-Maxime. Honestidade e respeito são as suas palavras de ordem.

 

José Vara Rodrigues –Natural de Milhão, no concelho de Bragança, tinha o sonho de ser advogado, mas acabou por ser professor. Chegou a ser colocado em Miranda do Douro, mas o amor falou mais alto e rumou a França, onde dá aulas de português há 43 anos. Foi o responsável pela geminação entre La Garenne Colombes e Valpaços, em 2014.

 

José Stuart – Nasceu em Peso da Régua, de onde saiu em 1966 com um grupo de amigos, rumo a França, em busca de melhores condições. Trabalhou na Ferrero France durante mais de 20 anos e em 1992 criou o próprio negócio, a Stuart Distribution, uma empresa que se dedica à importação e distribuição de produtos portugueses, sobretudo vinhos. É Cônsul Honorário de Portugal em Rouen.

Manuel Gonçalves – Oriundo de Bragança, onde passou a sua infância, o empresário chegou a França em 1998, depois de uma estadia de três anos em Espanha. Em 2017 criou a ECR, uma empresa dedicada aos trabalhos públicos para a área elétrica e de gás. Não esquece as origens e tem orgulho em ser português.

 

Sandrine Vicencio – Filha de pais barrosões (Montalegre), Sandrine nasceu em Paris, onde é advogada. Em 2014 abriu o seu escritório e do seu leque de clientes fazem parte alguns empresários portugueses.

 

 

Tereza Carvalho – Nasceu na pequena aldeia de Romeu, no concelho de Mirandela, onde viveu com os avós até aos oito anos, tendo sido com a avó materna que aprendeu a amar o fado. Em 2014 trocou Portugal por Paris, onde tem cantado para a comunidade portuguesa, mas também para os franceses.

 

Virgílio Santos – Foi em Pinela (Bragança) que nasceu. Viveu com o avô até aos 10 anos, tendo depois mudado a sua vida para França, onde se integrou bem, apesar de ter sempre Portugal no pensamento. Começou por trabalhar como mecânico, passando depois para o setor do vidro, no qual se mantém até hoje, com empresa própria.

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS