Pelo 12º ano consecutivo, a Associação Empresarial de Vila Real (Nevir) vai realizar, a Feira de Artesanato e Gastronomia (FAG), um certame que, graças a um maior interesse demonstrado por parte de empresários e artesãos, promete trazer, já a partir de amanhã, uma maior variedade de produtos aos seus milhares de visitantes.
“Este ano, a área institucional vai ser menor, o que vai permitir a sua ocupação por mais expositores individuais”, explicou Manuel Coutinho, presidente da Nervir, referindo que a associação não só recebeu mais solicitações de participação como registou a inscrição atempada por parte dos expositores, ao contrário do que vinha acontecendo em edições anteriores, “em que muitas inscrições eram feitas de forma tardia”.
Como justificação para esse crescente interesse de expositores, o mesmo responsável refere o momento de crise que o país atravessa. “As pessoas não passeiam à procura dos produtos regionais, por isso uma feira deste tipo, que promove a concentração das pequenas empresas, é considerada como uma oportunidade de negócio e de maior divulgação dos produtos”.
Manuel Coutinho referiu que a Nevir, que “continua a dar uma atenção especial à indústria do tipo familiar, mesmo em termos de ocupação de espaço”, receberá cerca de cem expositores, alguns dos quais vêem também na feira a oportunidade de testar a alegada “melhoria na economia” que tem sido defendida a nível nacional.
Outra das características positivas que acompanha a FAG, desde a sua primeira edição, é a sua realização próxima da época natalícia. “É verdade que nesta altura de crise são poucas as pessoas que ainda podem investir na compra de muitas prendas”, reconheceu o dirigente associativo, chamando no entanto a atenção para o facto de muitas optarem por presentes criativos e originais, artesanato genuíno ou produtos regionais, em detrimento de ofertas de preços elevados.
Com um preço simbólico de 50 cêntimos, e com mais de 50 mil convites com entrada gratuita distribuídos pelo correio, a feira espera receber mais de 13 mil visitantes, uma meta avançada pela Nervir que, de ano para ano, espera um crescimento de 10 por cento no que diz respeito ao público.
Com a abertura agendada para amanhã, pelas 16h00, a FAG decorrerá até ao dia um de Dezembro com um horário de funcionamento que começa ao meio-dia e encerra às 24h00, à excepção do último dia, que termina às 20h00.
Criada com o objectivo de divulgar o artesanato e a gastronomia regionais, na Feira pode encontrar doçaria, fumeiros, carnes de raças autóctone, pão com chouriço e bola de carne. No que diz respeito ao artesanato, para além dos vários produtos (em linho, vidro, madeira, lã, tecidos, couro, etc.), na FAG os visitantes têm a oportunidade de ver os artesãos a trabalhar ao vivo.
Em declarações ao Nosso Jornal, Manuel Coutinho adiantou que a Associação Empresarial está a estudar a possibilidade de, já no próximo ano, promover mais uma feira. Provavelmente não será uma reedição da Fervir, que há cerca de cinco anos se deixou de realizar, mas um certame mais alargado, tendo como temática equipamentos utilizados nos sectores com maior proeminência da região, como a agricultura, a florista e a construção civil, entre outras.
“Nos seus últimos anos, a Fervir tornou-se numa feira incaracterística”, explicou Manuel Coutinho, adiantando que a associação está a estudar, em conjunto com as câmaras municipais do Eixo Urbano Vila Real/Peso da Régua/Lamego, a possibilidade de organizar uma iniciativa que consiga “abranger as áreas mais fundamentais da indústria regional”, um certame que não tem obrigatoriamente de se realizar no pavilhão da Nervir, podendo mesmo ganhar um carácter itinerante.
O presidente da associação empresarial revelou que a Nervir quer “fazer mais para que as pessoas da região também tenham oportunidade de conhecer outras coisas e de promover as suas empresas”, no entanto, advertiu que “é preciso que as empresas e as pessoas em geral mostrem interesse”. “Mesmo que não se faça negócio, um evento deste tipo serve para dar a conhecer a sua empresa, fazer contactos e mesmo trocar experiência com outros empresários”, defendeu Manuel Coutinho, relatando a “panóplia de vantagens” para os expositores.