Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Medicina pode estar no futuro da academia transmontana

Caso seja aprovada a candidatura apresentada pela UTAD em pareceria com a CESPU, a maior academia transmontana poderá começar a leccionar, já no ano lectivo de 2010/2011, um curso de medicina. Onze anos depois da primeira tentativa, a universidade juntou-se agora a um conjunto de parceiros públicos e privados num projecto cuja ‘luz verde’ deverá ser conhecida dentro de semanas.

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A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) apresentaram uma candidatura ao Ministério do Ensino Superior para criação de um Mestrado Integrado em Medicina, um projecto que foi apresentado ontem, em Vila Real.

António Almeida Dias, presidente da CESPU, referiu que “dentro de semanas” deverá haver uma tomada de posição sobre a candidatura apresentada, sendo que, a nível nacional, outras cinco instituições de ensino público ou privado concorrem para a criação do novo curso de medicina.

“Actualmente cerca de 1500 estudantes portugueses estudam medicina no estrangeiro, e contamos já com 4500 médicos estrangeiros a trabalhar em Portugal, por isso é um contra-senso que não se aprovem projectos de cursos com qualidade”, referiu o mesmo responsável.

Relativamente à parceria (que soma ainda as vontades de diversos estabelecimentos de saúde como o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos, o Centro Hospitalar do Tâmega e do Vale do Sousa e o Hospital POVISA, SA, em Vigo), António Almeida Dias recorda que já existia uma colaboração com a UTAD “em algumas áreas de formação, nomeadamente nas áreas científicas ligadas à saúde”, sendo um outro elo que liga as duas instituições o facto de ambas, a título individual e em diferentes alturas, terem já apresentado propostas para a criação de cursos de medicina.

Considerando a candidatura como inovadora, o presidente da CESPU refere que uma das novidades a nível nacional passa pela utilização do Hospital Veterinário da UTAD, recentemente alvo de um investimento de mais de três milhões de euros, no ensino da medicina. “Vamos aproveitar uma das grandes valias que a universidade tem neste momento que a experimentação animal”, confirmou o mesmo responsável, referindo ainda que outro aspecto inovador é o desenvolvimento do “Hospital Virtual” que representa, “pela primeira vez” em Portugal, a introdução no ensino médico de estruturas em simulação.

“Há 11 anos concorremos à criação de uma Faculdade de Medicina que se veio a efectivar na Universidade da Beira Interior”, recordou Amando Mascarenhas Ferreira, reitor da academia transmontana, explicando que, hoje, “quem visita o imponente edifício da faculdade constata como esta foi importante no alavancar de uma universidade que, tal como a UTAD, tem um papel fundamental no desenvolvimento da região onde se insere”.

Neste concurso não se pressupõe a criação de infra-estruturas, uma vez que estas já existem, bem como os recursos humanos. “Ao longo dos anos evoluímos muito”, confirmou o reitor, recordando projectos como a requalificação e ampliação do Hospital Veterinário, bem como a construção do bloco de laboratório que, orçado em cerca de 9,5 milhões de euros, já está em fase de adjudicação da obra.

Segundo a proposta apresentada pelas duas instituições, o Mestrado Integrado em Medicina, a ser aprovado, poderá entrar em funcionamento já no ano lectivo de 2010/2011, prevendo-se que abra 60 vagas e conte com uma propina mensal de 750 euros.

A CESPU é a maior cooperativa de Ensino na área das Ciências e Tecnologias da Saúde em Portugal, com 26 licenciaturas, nove cursos de pós-licenciaturas conferentes de especialidade, dois mestrados integrados e 22 mestrados profissionais.

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