Num contexto de subida de taxas de juros, as microempresas que predominam no tecido empresarial português são as mais afetadas por esta escalada nas taxas de juros, que se agravará nos próximos meses. A contínua subida dos juros deverá ter um impacto duas vezes superior nas contas das microempresas, quando comparado com as médias e grandes empresas.
De acordo com uma simulação apresentada pelo Banco de Portugal, o aumento do
custo com juros que as empresas enfrentarão até julho de 2023 ascende a 1.188
milhões de euros, caso as taxas de juro dos empréstimos bancários aumentem 1,58
pontos percentuais, como o mercado está a antecipar que venha a acontecer.
Nas contas das empresas, assumindo a mesma variação de taxa para o encargo total
com juros, isto traduz-se num aumento de custos correspondente a 5,3% do EBITDA de
2019 (para evitar distorções da crise pandémica), um rácio que ficará entre os valores
verificados em 2015 e 2016. Todavia, são as microempresas que mais sofrerão com o
aumento do custo de financiamento bancário. Na simulação do Banco de Portugal, a
subida de 1,58 pontos percentuais da taxa de juro terá um custo equivalente a 8,7% do
EBITDA nas suas contas, cerca do dobro dos 4,3% que sentirão as médias empresas e
dos 4,4% das grandes empresas.