Sábado, dia 16 do corrente, o Teatro de Vila Real foi pequeno para albergar os muitos admiradores de Monsenhor Minhava. É que se pretendia homenageá-lo através da Universidade Sénior e do Centro Cultural com a apresentação de duas peçazinhas suas, cheias daquela graça que não magoa, que enternece até, e de que só os santos possuem o condão…
Para além disso, haveria a já clássica “Marcha de Vila Real”, além de algumas outras danças e cantares a completar o espectáculo.
Creio que poderei dizer, sem sombra de lisonja – o que no meu tempo de menina ainda não se usava – creio, pois, que o que se esperava ser um espectáculo teatral de recreio ligeiro, a homenagear o seu autor, se transformou, acreditem, numa total consagração do homenageado, numa verdadeira e inesperada apoteose.
Modesto, como sempre, no final do espectáculo ele alinhou apenas meia dúzia de frases em línguas estrangeiras, animadas pela sua graça sempre presente, aquele dom de expressão simples mas que, apesar disso, parece partilhar o Infinito com o seu Divino Mestre, e de que o seu Apostolado foi amostra pertinente e inesgotável.
Mas não foi só como mensageiro daquele em que acreditamos, que ele se imortalizou: poeta, linguista, auto-didacta, autor de peças teatrais, músico…
Parece que regressámos ao ideal renascentista: a acumulação de todos os dons num génio único, caminheiro incansável da via luminosa que conduz a Deus.
Não creio saber dizer mais.
Apenas afirmo uma verdade cuja repetição se tornou já usual, porque todos a conhecemos e comungamos dela: – Monsenhor Minhava honra Vila Real, honra Trás-os-Montes, honra Portugal, e honra a Igreja em cujo seio se formou.
Agradeço a Deus tê-lo conhecido!