“Uma perfeita combinação e integração entre o antigo e o moderno, num feliz projeto de arquitetura”. Foi assim que o titular da pasta da Administração Interna elogiou as novas instalações dos bombeiros da Cruz Verde, que foram benzidas pelo bispo de Vila Real, D. Amândio Tomáz. Miguel Macedo deixou ainda uma palavra de “reconhecimento e agradecimento” à Cruz Verde pelo que tem feito pela cidade e pela região em prol do socorro e proteção civil”.
O dia da inauguração foi também aproveitado pelos bombeiros para mostrarem as suas preocupações com os problemas que afetam a corporações.
Nas diversas intervenções, a do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, foi das que mais despertou a atenção, já que este responsável voltou a reivindicar soluções para os problemas que afetam as corporações. Depois de sublinhar o importante papel das autarquias no apoio aos bombeiros (em 2010, 82 por cento das associações humanitárias receberam ajuda das câmaras), não esqueceu a questão dos transportes de doentes e o surgimento da concorrência desleal, por parte de operadores privados. Alertou que se a proposta do Governo avançar, ela irá fazer com que muitas ambulâncias sejam vendidas e muitos bombeiros despedidos. Já antes, o presidente da Direção da Cruz Verde, Manuel Moreira, tinha focado o mesmo problema, avançando que muitas corporações poderão mesmo vir a falir. O dirigente pediu mais celeridade no pagamento dos compromissos, reconhecendo que “a Associação não tem capacidade para suportar os serviços que prestam, sem receber durante mais de 120 dias”, frisou.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Manuel Martins, salientou o compromisso prioritário da autarquia na ajuda aos bombeiros. “Apesar da crise, vamos manter o mesmo nível de ajuda”. O edil lembrou ainda a oferta dois terrenos que a autarquia fez às duas associações humanitárias da cidade (Cruz Verde e Cruz Branca). Manuel Martins também pediu mais ajuda ao Governo, de modo a diminuir a comparticipação financeira das câmaras na parte do investimento não contemplado pelos fundos comunitários.
A cerimónia de inauguração decorreu no Salão Nobre do Quartel e começou com a atuação magnífica do coro de Vila Real. Miguel Macedo fez o discurso de encerramento e evitou abordar o dossier do transporte de doentes, mas lembrou alguns apoios do Governo aos bombeiros, nomeadamente na comparticipação nas propinas no Ensino Superior dos filhos dos soldados da paz, no suporte do custo de refeições (em serviço) e no aumento da comparticipação de 50 para 80 por cento na perda de viaturas em combate a incêndios.
O ministro também sublinhou que, até meados de setembro, será apresentado um novo modelo de financiamento dos bombeiros.