O autarca desse concelho, certamente não se lembrava do tempo em que aqueles dois políticos «eram os donos» disso tudo. E, por essa altura, já Luís Fernandes lhe falara nas obras da EN 103 que mantinha as curvas, o piso e a sinalização do tempo de Salazar. Também por essa altura, para levar meio governo à Feira do fumeiro dessa autarquia se deram ao luxo de viajar de helicópteros, aos pares. Deslumbrados com essas viagens sem sobressaltos, não precisaram de conhecer as curvas Salazaristas.
Dia 24 de janeiro último voltou a Vinhais, sem vergonha por ter esquecido, as promessas a Luís Fernandes. O Jornal Nordeste, de 8 de janeiro, explicou tão bem esse diálogo que me inspirou o relato que assinei no Notícias de Barroso de 17 seguinte, com o título: «Para Montijo há 1326 milhões, para Montalegre zero»
Por coincidência o ministro das infraestruturas, embora não tenha lido o meu puxão de orelhas, dia 24 seguinte, voltou por aí acima, reuniu-se com os autarcas da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes para lhes explicar as razões pelas quais não haveria qualquer verba prevista no Plano Nacional de Investimento para Trás-os-Montes, na década 2030.
O mesmo semanário Brigantino, na edição de 29/01, relata a sentença de morte para acabar com o «inferno» da EN 103 e outras «picadas» que identificam o carrasco desta malfeitoria viária nos dois distritos que o governo de António Costa ostraciza. Chamar herói da negaça ao político que manda cortar o cordão umbilical do orçamento geral do Estado, à Província mais pobre, mas depauperada, mais distante do Terreiro da Paço, e mais propensa à desertificação total, é muito pouco em relação aos instintos de morte coletiva. Trás-os-Montes foi acometida por uma onda “de amigos do alheio”.
Segundo a notícia da 3ª página do Jornal Nordeste, Hernâni Dias, protestou em nome de todos e recordou que «o ministro reservou 500 milhões de euros para investimento nos próximos 10 anos e mais 200 milhões para ligações fronteiriças, devendo o governante explicar-lhes se as nossas ligações estavam ou não incluídas nesses pacotes financeiros». A resposta foi inconclusiva. Por isso «não podemos estar satisfeitos com esta situação, porque percebemos que estamos fora deste pacote», concluiu Hernâni Dias que deixou no ar esta certeza: «O distrito de Bragança, tal como o de Vila Real – estão arredados dos grandes financiamentos no PNI. «Somos de uma Região que se encontra abandonada, empobrecida e desprovida de comunicações e infraestruturas relevantes, facto que irá contribuir para um despovoamento mais acentuado em Trás-os-Montes».