A vida de um juiz é fortemente marcada por episódios em que tem de aplicar a lei, de forma isenta, independentemente das suas convicções próprias, através dos testemunhos que lhe cheguem, alguns deles verdadeiros outros eivados de fantasia. A aplicação da Lei é que determina a existência da Justiça como instituição e não como princípio moral. O que acontece é que as decisões de um juiz, sejam quais forem, não são, na maioria dos casos, entendidas por nós.
Em primeiro lugar, porque desconhecemos o que está preceituado no Código Penal, em segundo lugar porque todos os executivos da Justiça não estão interessados em explicar as coisas às pessoas. Não se entende? Esse “mistério” é que dá força à Justiça, mas também um grande incómodo e inconformismo aos cidadãos cuja focagem está sempre apontada para a defesa da vítima e o ataque ao agressor.
2 – Já lá vai o tempo dos ditadores. Ainda hoje se fala de Salazar, Franco, Hitler, Estaline, Pinochet, Pol Pot, Bokassa, Mussolini e por aí fora como ditadores férreos, sanguinários, criminosos. Nessa perspetiva, os ditadores de hoje já não são assim. São mais elegantes, mais diplomatas, viajam muito, de ponta a ponta do globo, encontram-se em Davos ou em Hanói com os seus homólogos democratas que sorriem para eles, lhes apertam as mãos e até lhes dão beijos, depois de os terem tratado como facínoras.
Os ditadores de hoje serão meros “teóricos” que procuram amedrontar as pessoas para as terem seguras no bolso. Jogam com o petróleo e as armas nucleares, com o ambiente e as ajudas humanitárias, com o terrorismo e com os recursos naturais ou financeiros, com os Jogos Olímpicos e os Mundiais de futebol, com os Óscares da Academia e o prémio Nobel. A telenovela venezuelana tem dois personagens importantes: Maduro e Trump. O primeiro já foi bom e agora é mau.
O segundo já foi mau e agora está a ser bom. Vá lá perceber-se. Um “mistério” que dá força aos mais poderosos, mas que não é bem compreendido por quantos se postam a favor das democracias contra as ditaduras.
3 – Kim Jong-un, o presidente da Coreia do Norte, está em alta. Para mostrar a raça de que é feito, fez questão de se deslocar de comboio para a segunda cimeira com Donald Trump. E numa carruagem tipo – 2ª Classe. As pessoas não compreendem porque evitou o avião e a classe executiva. A verdade, ao que se diz, é que o “charme” de que se veste agora, tal como o do seu “inimigo de estimação” norte-americano (num cenário que já foi “Apocalipse Now” de napalm) aponta para a conquista do próximo Nobel da Paz.
Surpreendente? Se calhar até nem será tanto “mistério” assim…