A Câmara Municipal de Valpaços reivindicou junto do Governo medidas “urgentes e muito concretas” para apoiar os agricultores, em particular devido às quebras de produção, que na castanha se situam nos 70%, no azeite e amêndoa nos 50% e são de 30% no vinho.
Numa tomada de posição divulgada pelo município e remetida ao Governo e ao Presidente da República, entre outras entidades, é pedida a adoção de “medidas urgentes e muito concretas de apoio aos produtores de castanha, azeitona, vinho e amêndoa”. O executivo municipal liderado por Amílcar Almeida propõe que seja atribuído um “apoio financeiro direto, a título compensatório, tendo por base o diferencial entre a faturação desta campanha e a média aritmética dos últimos três anos”.
“Só adotando este tipo de medidas é que se consegue fixar as populações no Interior”, acredita o município.
A economia do concelho de Valpaços assenta, maioritariamente, no setor primário, que além da quebra de produção devido à seca extrema e outros fenómenos meteorológicos, enfrenta outros condicionantes como o aumento exponencial do preço das matérias-primas, falta de mão-de-obra, dificuldades de escoamento de produtos e escassez de reservas de águas, destaca ainda a autarquia, para justificar este pedido de apoio aos agricultores.
“Considerando que todos estes fatores contribuem manifestamente para o abandono da terra e consequentemente o despovoamento do território já por si tão fragilizado, torna-se imperioso que o Estado Central adote urgentemente medidas que visem mitigar as dificuldades por quem trabalha e vive da terra”, salienta ainda a nota.
Segundo o município, a atividade agrícola no concelho é responsável por gerar um “volume anual de transações no valor de 150 milhões de euros”, com destaque para a castanha e o azeite, assim como para o vinho e a amêndoa.
Em diferentes zonas do concelho impera a monocultura, como acontece na área da Serra da Padrela, onde a paisagem é dominada por soutos. Assim, para o município o apoio é “determinante para a sobrevivência das populações que aí residem”.