Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2024
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Municípios acolhem festivamente os emigrantes

Milhares de portugueses, que trabalham no estrangeiro, esperam pelo mês de Agosto para “matar” as saudades dos seus familiares e rever as suas origens. O distrito de Vila Real não foge à regra e a sua população aumenta consideravelmente nesta altura. Sabendo da importância que a comunidade emigrante tem no desenvolvimento dos próprios concelhos, os municípios organizam várias festas/ convívios e, ao longo do ano, disponibilizam vários serviços nos Gabinetes de Apoio ao Emigrante.

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Valpaços é um dos concelhos com maior número de emigrantes e, nesta altura, a sua população chega a duplicar. A nível nacional, apresenta um dado curioso quanto à própria sustentabilidade dessa emigração, já que em 2009, o saldo foi negativo, ou seja, regressaram mais emigrantes do que aqueles que partiram. “Ao contrário do que era habitual, o saldo migratório foi negativo. Foram mais aqueles que regressaram do que saíram, principalmente da geração dos anos 70. Isto para um concelho que tem metade da sua população emigrada e que tem mais 10 mil pessoas no estrangeiro, é um dado curioso”, contou, ao Nosso Jornal, o presidente da Câmara Municipal de Valpaços, Francisco Tavares.

Neste momento, a população emigrante do concelho de Valpaços distribui-se por França, Andorra, Luxemburgo, Suíça, Alemanha, Estados Unidos e Brasil. Durante o mês de Agosto, o Município oferece um vasto programa cultural e de diversão para todos poderem usufruir. Francisco Tavares salientou que o Gabinete de Apoio ao Emigrante tem uma taxa de atendimento “muito significativa”. “Por mês atendemos cerca de duzentos emigrantes e alguns são da comunidade estrangeira, residentes no concelho, nomeadamente de Leste (Ucrânia) e das antigas colónias”.

Em Vila Pouca de Aguiar, a história repete-se quanto às festas dedicadas ao emigrante. “As festas, as actividades culturais que temos planeadas para todo o Verão são dirigidas especialmente às pessoas que estão fora, porque queremos que permaneçam nesta terra com todo conforto e com acesso aos diferentes espectáculos culturais. O nosso concelho tem um carinho especial por todos os emigrantes. A todos desejo umas boas férias e que retemperem as forças para mais um ano de trabalho, no sentido de caminhar na procura da felicidade”, vontade expressa do presidente do Município, Domingos Dias.

Nesta pequeno périplo que fazemos por alguns concelhos, Alijó também possui bastantes emigrantes. O autarca Artur Cascarejo aproveitou esta oportunidade para deixar uma mensagem. “Nesta altura em que os nossos emigrantes regressam às suas terras, a autarquia endereça um abraço amigo e solidário, fazendo votos para que se divirtam e depois voltem em segurança e com saúde aos seus países de acolhimento”. Para servir os emigrantes e imigrantes, na Câmara Municipal de Alijó existe um Gabinete de Apoio que disponibiliza um atendimento personalizado e ajuda a resolver problemas de vária ordem burocrática. Por outro lado, aquando da realização da REVIDOURO, a autarquia dedica um dia especial para os emigrantes e o mesmo acontece com grupos oriundos de outros países, nomeadamente dos Estados Unidos, Bélgica e Alemanha, países onde leva também algumas instituições culturais e musicais do concelho.

Ribeira de Pena também está em festa e a Câmara Municipal vai organizar a Festa do emigrante já no dia 16 de Agosto. “É uma homenagem da autarquia àqueles que trabalharam para o bem do concelho e uma palavra de gratidão para eles que tiveram de se deslocar para outras paragens, e investiram aqui as suas economias”.

Chaves figura no roteiro dos concelhos com mais emigrantes e não foi por acaso que se inaugurou, no fim-de-semana, a exposição “30 anos de História da Emigração Portuguesa em França”, organizada pela Associação dos Portugueses no Estrangeiro, em parceria com a edilidade flaviense e que retrata o fenómeno da emigração clandestina. Uma nota ainda para a apresentação do livro “Memórias Flavienses”, que, em 84 páginas, relata o testemunho da emigração a salto de 11 ex-emigrantes, actualmente residentes em Chaves. A propósito, o presidente da Câmara, João Batista, destacou “a importância desta homenagem cultural aos emigrantes, que em tempos difíceis tiveram a coragem de “saltar fronteiras”.

Murça é “terra de encanto para os emigrantes” e o peso desta comunidade não é ignorado pela autarquia, que, todos os anos, prepara uma festa como aquela se realiza hoje, na Praça do Paço. “Hoje temos a festa do emigrante, houve alguma contenção devido à crise, mas não deixará de ser animada. O Município de Murça mantém a tradição de fazer a festa nocturna aos emigrantes do concelho, tendo o cuidado de não entrar em concorrência com as festas das aldeias do concelho. Significa uma saudação muito especial e o reconhecer do empenho, determinação, tenacidade da nossa comunidade, distribuída por todos os cantos do Mundo e que contribuem para o progresso do concelho. Lembro que Fiolhoso é a terra mais luxemburguesa de Portugal”, disse o presidente da edilidade, João Teixeira.

Mesmo não dedicando nenhum dia especial ao Emigrante, a Câmara Municipal de Vila Real convida todos os emigrantes para o “Festival Querido Mês de Agosto”, a realizar entre 19 e 22 de Agosto, no Parque do Abambres S.C, onde actuarão Pedro Abrunhosa, João Pedro Pais, Rita Guerra, Miguel Gameiro, FF, Emanuel, Romana, entre outros.

Este espectáculo é promovido por uma empresa privada.

Em Montalegre, a Câmara local dedica hoje uma jornada ao emigrante, com um espectáculo musical do artista Emanuel, que actua a partir das 22h00, na Praça do Município.

Santa Marta de Penaguião também tem emigrantes (muitos na Bélgica) e o autarca, Francisco Ribeiro, acredita que este é um dos concelhos durienses onde se verificou uma maior emigração. Actualmente, há cerca de 3 mil pessoas deslocadas para a França, Bélgica, Luxemburgo e Suíça. O município dedica particular atenção e apoio aos seus conterrâneos que estão no estrangeiro, possuindo também o GAE.

O Governador Civil do Distrito de Vila Real, Alexandre Chaves, aproveitou para deixar uma mensagem “amiga”. “Não encontrando razões para serem felizes, os emigrantes tiveram a coragem de sair e procurarem trabalho e um melhor nível de vida em outros países. A nossa vasta comunidade é motivo de orgulho e uma referência para os transmontanos. Gostamos imenso deles, queremos que eles continuem a visitar-nos e desejo-lhes uma óptima estadia. Nos países onde trabalham, espero que sejam os melhores e que um dia voltem para a sua terra”.

Quanto a festas e iniciativas ligadas ao emigrante, registo ainda para Mondim de Basto, Régua, Sabrosa, Boticas e Mesão Frio.

Recorde-se que, no distrito, os acordos entre as câmaras e a Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, levaram à constituição dos GAE, que é uma estrutura que presta serviço gratuito ao emigrante, ajudando-o na resolução de diversos problemas e prestando ainda apoio no seu regresso e reinserção no país.

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