O complexo termal sito no Largo do Arrabalde terá sido construído no século I d.C., tendo sofrido obras de remodelação profundas durante a dinastia dos Severos, no início do século III. De portas abertas ao público e devidamente estudado, constitui-se como o maior e mais bem preservado da Península Ibérica.
Inclui duas grandes piscinas, bem como outros sete tanques adjacentes, de menores dimensões, que seriam para uso individual. Mais ainda, incluem um pátio murado, um templo dedicado às ninfas e um sistema de captação, abastecimento e escoamento de águas termais que, atualmente, ainda se encontra em funcionamento. Quem visitar o complexo pode verificar, também, que as águas continuam a brotar do solo e a encher as piscinas.
Rui Lopes, arqueólogo municipal e um dos responsáveis pelos trabalhos de investigação desenvolvidos no complexo, reitera que “o que mais se destaca nestas termas é a monumentalidade e o estado de conservação das mesmas. Estão quase como se tivessem acabado de ser construídas, prontas a ser usadas. Temos aqui uma ruína viva, na prática, um Museu, um monumento vivo, um achado romano preservado no tempo”.
À época, de destacar que ali existiam “termas higiénicas e termas terapêuticas. As primeiras existem em todas as cidades e vilas romanas. As cidades termais, terapêuticas, só existem onde há água termal, o que não existe em todos os sítios, sobretudo quentes. Estas eram de extrema importância para o império romano. Era aqui que as pessoas tratavam as suas maleitas de guerra, dores, doenças de pele, entre outras”, explicou Rui Lopes.
Atualmente, espera-se que cumpra a missão “de potenciar, afirmar e valorizar esta oferta cultural e patrimonial que Chaves tem”, destacou Nuno Vaz, presidente do município flaviense, a propósito da abertura ao público do complexo termal, há muito esperada.
“Não podíamos demorar mais a abrir as portas (do Museu)”, devido à “expectativa e à vontade das pessoas em conhecer este espaço, a par de uma carga negativa associada ao longo processo de requalificação, de conservação e musealização” que marca a história recente do complexo e remonta ao início dos anos 2000, quando foi descoberto.
O Museu das Termas Romanas, situado da Rua das Longras, oferece uma viagem gratuita e interativa, ao longo de cerca de dezasseis séculos de história da cidade, a todos quantos visitarem o complexo, até então, congelado no tempo.