Ao contrário das informações que têm vindo a ser veiculadas na comunicação social, que deram como certa a desactivação, por questões financeiras, das ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Alijó e Montalegre, fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) deixou, ao Nosso Jornal, a garantia de que “nada está decidido relativamente a qualquer mudança nos actuais meios de socorro”.
Reagindo às notícias publicadas no início da semana, e que davam conta da extinção de vários “meios de socorro”, nomeadamente ambulâncias e helicópteros, como uma das “medidas de contenção de despesas, anunciadas pelo conselho directivo do INEM às delegações regionais”, Abílio Gomes, presidente do Instituto, reconheceu publicamente que está efectivamente a ser estudado, internamente, um plano de redução de custos que deverá estar concluído até ao final de Junho, mas deverá ser alvo da aprovação final por parte do Ministério da Saúde.
Entretanto, fala-se já que, na região Norte, deverão encerrar as ambulâncias SIV de Alijó, Montalegre (distrito de Vila Real) e Cabeceiras de Basto, bem como as de Suporte Básico de Vida de Miranda do Douro, Moncorvo (distrito de Bragança) e Celorico de Basto.
“De facto, e tal como o senhor presidente do INEM, Dr. Abílio Gomes, afirmou ontem, nada está decidido relativamente a qualquer mudança nos actuais meios de socorro.
Isto significa que não existe qualquer mudança planeada relativamente aos meios de emergência da região Norte, incluindo-se naturalmente o distrito de Vila Real”, esclareceu, ao Nosso Jornal, fonte do Gabinete de Comunicação e Imagem do INEM.
Fernando Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, garantiu que ainda não tem qualquer informação oficial relativamente a uma possível extinção da SIV, no entanto, e apesar de esperar que “tal não aconteça”, mostrou-se compreensível com os motivos apresentados. “Enquanto autarca responsável e cidadão consciente relativamente à crise em que vivemos, aceito a medida desde que haja a garantia de que outra entidade, como por exemplo o corpo de bombeiros, assuma” este serviço, explicou o edil.
“Admito que haja a necessidade de avaliar se a procura justifica a despesa”, reconheceu ainda Fernando Rodrigues, deixando, no entanto, “claro” que o serviço garantido pela SIV seja assumido por outros.
O Nosso Jornal tentou obter uma reacção por parte do presidente da Câmara Municipal de Alijó, o que não foi possível até a hora de fecho desta edição, no entanto, os vereadores do Partido Social Democrata na autarquia socialista já fizeram saber, em comunicado, que vão hoje, na reunião do Executivo Municipal, discutir a “alegada intenção do INEM de desactivar a ambulância SIV”.
“O Conselho Directivo do INEM, por seu turno, não desmentiu a notícia, o que faz aumentar os receios de retirada da ambulância de Alijó”, defendem os vereadores, considerando a medida como “inaceitável”.
“A ambulância é um meio de emergência pré-hospitalar que foi colocado em Alijó, no ano de 2008, como forma de compensar o fecho do Serviço de Atendimento Permanente – SAP – do Centro de Saúde”, recordam.
Os vereadores do PSD vão propor ao Executivo Municipal “uma tomada de posição firme e eventuais formas de protesto, caso a intenção do INEM se confirme”.
A SIV é uma ambulância “destinada a garantir cuidados de saúde diferenciados, designadamente manobras de reanimação, até estar disponível uma equipa de suporte avançado de vida. Este conceito é extensível às situações que poderão evoluir para paragem cardio-respiratória, caso não sejam imediatamente tomadas as medidas necessárias. A sua tripulação é constituída por um enfermeiro e por um técnico de ambulância de emergência. Este meio operacional do INEM visa melhorar os cuidados prestados em ambiente pré-hospitalar à população, missão do Instituto de acordo com a sua lei orgânica enquanto coordenador do Sistema Integrado de Emergência Médica. Estas ambulâncias significam um upgrade relativamente aos cuidados prestados pelas ambulâncias de socorro”, explicam o INEM no seu site.
No distrito, além de Montalegre e Alijó, existe uma terceira SIV, sedeada no Peso da Régua.