Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
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“Não vou ser um deputado da Nação, vou ser um deputado da região”

Dizendo-se conhecedor da realidade transmontana, João Rodrigues, cabeça-de-lista dos PCTP-MRPP por Vila Real às próximas Legislativas, garante que, ao contrário do que aconteceu com deputados de outras forças políticas, ao chegar a Lisboa “não vai esquecer” do que fica para lá do Marão, pelo contrário, vai querer “ver debatidos e tratados na Assembleia da República os problemas” que afligem a região.

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O jornalista João Rodrigues apresentou, no dia 28, a lista de candidatos do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) que vão disputar os cinco lugares do círculo eleitoral de Vila Real nas próximas legislativas, agendadas para o dia 27 de Setembro.

O cabeça-de-lista lamenta que “os deputados que têm sido eleitos por Vila Real, quando chegam a Lisboa, esquecem-se da terra e do povo que os elegeu”. “Se for eleito, em dia algum serei um deputado da Nação, serei sim um deputado da região, e serão os problemas desta região que eu vou querer ver debatidos e tratados na Assembleia da República”, garantiu.

Depois de “25 anos afastado da política”, João Rodrigues explica que foi um sentimento de “revolta e desencanto” que o obrigou a entrar na corrida legislativa, para combater, mais uma vez, a eleição daqueles que, depois do sufrágio, “nunca mais puseram cá os pés”.

Criticando a escolha dos candidatos dos dois principais partidos, João Rodrigues sublinhou em especial o que aconteceu no Partido Social-Democrata (PSD), classificando como “vergonhoso” o facto do candidato escolhido pelos órgãos locais do partido (Pedro Passos Coelho), “um homem da terra”, não ter sido aceite pela Comissão Nacional.

“Os chamados partidos do centrão (PS e PSD) são os principais (senão os únicos) responsáveis pela lastimável situação a que chegámos. Também aqui no nosso distrito eles têm dominado o quadro político elegendo todos os deputados e controlando todas as câmaras”, recordou o cabeça-de-lista, sublinhando que “está na hora de alterarmos este quadro que nos mergulhou no abismo do subdesenvolvimento e que faz com que os nossos jovens tenham que emigrar porque o distrito não lhes oferece condições mínimas para que possam exercer o seu direito natural: sonharem com um futuro melhor”.

“Chegou o tempo de termos no Parlamento pessoas que sintam na pele e vivam o dia-a-dia do nosso povo, pessoas que, como todos nós os candidatos do PCTP-MRPP, não se guiem por interesses pessoais e que se comprometem na defesa intransigente dos valores naturais, ambientais, económicos, sociais e humanos do nosso distrito”, frisou ainda João Rodrigues.

Entre as principais preocupações do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses está a valorização dos recursos endógenos da região, dos valores enérgicos e das riquezas naturais. Ao longo dos tempos, “o nosso distrito foi espoliado das suas riquezas (naturais, económicas e humanas) perante a indiferença cúmplice dos governantes confortavelmente instalados em Lisboa e que apenas se lembram de nós nos períodos de agitação eleitoral”, considerou João Rodrigues referindo-se, por exemplo, às energias renováveis, como a eólica e a hídrica, que ‘brotam’ na região mas que são levadas sem que fiquem benefícios para as populações.

“Está na altura de exigirmos um retorno pela electricidade aqui gerada. Os deputados do PCTP-MRPP pugnarão pela redução do preço da electricidade no distrito”, garantiu o mesmo responsável político que criticou ainda da extracção de granito, um negócio sem mais-valias para região que não “as feridas ao nível da paisagem”, da situação de crise vivida na viticultura duriense e transmontana, das medidas contraproducentes no sector da agricultura e do fecho de serviços da responsabilidade do Estado na região, entre outras problemáticas.

Na equipa do PCTP-MRPP pelo círculo de Vila Real ‘alinham’ ainda Miguel Martins, Cátia Gonçalves, Guilhermino Pereira e Fernando Costa.

De recordar que na corrida legislativa no distrito, marcada para o próximo dia 27, entram outras 10 forças políticas, nomeadamente, PS, PSD, CDU, CDS-PP, BE, Movimento Mérito e Sociedade, Movimento Esperança Portugal, Partido Popular Monárquico, Frente Ecologia e Humanismo e o Movimento Portugal Pró Vida.

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