Sábado, 18 de Janeiro de 2025
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Adérito Silveira
Adérito Silveira
Maestro do Coral da Cidade de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Natal de neve na minha terra

A aldeia era pobre mas bonita. Lugar ideal para poiso de poetas, músicos e santos. De onde a onde moravam nos altos capelinhas perdidas onde de vez em quando piedosas criaturas se aquietavam, olhando e rezando na procura de uma proteção, uma cura, uma bênção, um casamento para uma filha.

Lá do alto e ao longe avistava-se o severo e grandioso Marão coberto de neve a olhar para nós e a julgar os nossos devaneios e pecados. Mais de perto e bem dentro do nosso horizonte duas ou três ruelas com casas encostadas umas às outras fumegando nos telhadas e nas chaminés para encobrirem o frio dilacerante da época de Natal. Nas casas havia janelinhas minúsculas para o frio não entrar.

Como fantasma esbranquiçado, a serra estava branca, tão branca como os lençóis estendidos a corar na relva junto aos velhos tanques de Mateus. Na aldeia havia saliências na rua, silhuetas escavadas em degraus com sulcos abertos pelos rodados dos carros de bois do António Regada,

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