Nem sempre o presunto do vizinho é melhor do que o nosso

Não vou falar da Feira do Fumeiro em Boticas (que já foi), ou em Montalegre que vai ser este fim de semana. Nem sequer vou repisar o descrédito em que políticos que nos convenceram a votar neles, acabaram por ser das maiores decepções republicanas. Muito menos vou aqui aplaudir a belíssima defesa que o catedrático Amadeu Carvalho Homem, faz no quinzenário Renascimento de 15 do corrente, sobre «por que sou republicano». Aqueles que em Outubro de 1910 a impuseram contra a Monarquia, estavam com as mãos mais limpas do que aqueles que temos tido, nomeadamente depois do 25 de Abril de 1974. Salvaram-se alguns inocentes, na confusão dos oportunistas. Passámos a viver numa República selvagem porque os tribunais entupiram, os criminosos passaram a ser heróis, os banqueiros viraram usufrutuários dos depósitos alheios, os empresários de sucesso passaram a beneficiários do rendimento mínimo garantido e o novo-riquismo passou a ostentar a outra face da pantominice social.