As Festas da Cidade e do Concelho de Valpaços viram o seu programa reduzido por força da atual situação pandémica. A afamada procissão em honra de Nossa Senhora da Saúde, o ponto alto das festividades, não trouxe à rua os habituais 25 andores nem os milhares de fiéis que, na semana que antecede o primeiro domingo de setembro, costumavam rumar à cidade transmontana para participar naquela que é uma das maiores romarias do norte de Portugal.
Não sendo possível manter o habitual programa, realizou-se, no passado sábado, dia 4 de setembro, uma Missa Solene em Honra da Nossa Senhora da Saúde, no seu Santuário. O pároco Leonel Reis, em conversa com a VTM, destacou que mais do que os espetáculos e festividades, aquilo que move os fiéis e os motiva a voltar a Valpaços “é sempre a fé. O nosso compromisso foi sempre o de não perder a identidade da festa, a parte religiosa. Não quisemos perder, de maneira nenhuma, o conceito”.
A procissão foi substituída por um momento diferente, perdendo-se “o aspeto mais vistoso e sensível, que fica um bocadinho aquém, até porque nos habituámos a essa exterioridade. As procissões devem ser uma manifestação de fé”, destaca o pároco.
Não havendo possibilidade de realizar a habitual procissão, uma vez que só a nível logístico envolve “mais de 700 pessoas, tudo o que foi possível manter, mantivemos, como foi exemplo a Missa Solene. Tivemos o cuidado de colocar a transmissão para o exterior, numa projeção audiovisual, para todas as pessoas que não puderam estar dentro do Santuário, devido às regras sanitárias, poderem assistir à celebração da eucaristia, ao ar livre, com o devido distanciamento”, destaca Leonel Reis.
O andor de Nossa Senhora da Saúde, “ficou sempre estático, embora tenha sido ornamentado. Não houve transladação, mas o facto de ter estado na capelinha fez com que as pessoas recordassem o momento da sua passagem pelas ruas de Valpaços”, enaltece o pároco.
Nos últimos oito anos, outro dos momentos das Festas da Cidade e do Concelho que se tornou mais emotivo e significativo foi a procissão de velas, “que tem ganhado dimensão em vários aspetos. Estou convicto que se deve ao facto de termos vindo a trabalhar para conseguir um momento de paz, um clima de oração, bem-estar e sossego no momento da procissão. Se vamos a um sítio para rezar e nos sentimos bem naquele ambiente, voltamos”, reitera Leonel Reis.
O pároco acredita que o sucesso se deve ao trabalho “de todos, dos valpacenses, que conseguiram, com respeito, com o saber estar na procissão, criar um ambiente de oração muito próprio, digno”.
As Festas em honra de Nossa Senhora da Saúde resultaram de uma organização conjunta da paróquia e da Câmara Municipal, em articulação com as autoridades públicas de saúde, com os Bombeiros Voluntários de Valpaços, com a GNR e com a Santa Casa da Misericórdia.