O primeiro passo para a edificação das novas instalações já foi dado pelo município vila-realense que disponibilizou dois terrenos, naquela zona histórica, numa área que ultrapassa os mil metros quadrados. Este investimento, que será candidatado a fundos comunitários, será importante para a criação de uma nova dinâmica nas actividades e na consubstanciação de várias iniciativas de proximidade da ACIVR com os seus associados.
Segundo o presidente da ACIVR, José Ricardo, “se tudo correr bem, no final de 2010, a Sede e o espaço destinado à formação deverão estar concluídos”. Este dirigente fez, ao Nosso Jornal, uma abordagem das linhas mestras que vão nortear as actividades da agremiação que dirige, deixando dois traços bem vincados naquilo que pretende implementar. “É um velho sonho que se perde no tempo, mas chegou a hora de o mesmo ser uma realidade”. “Acho bem que todas as associações e clubes da cidade tenham sede e instalações. Mas, pela importância que tem o associativismo comercial e pelo seu passado como elemento fundamental do próprio desenvolvimento económico da cidade, a ACIVR merecia também ter uma sede própria, onde os associados podem confraternizar, e onde haverá espaço para a área de formação”.
Este dirigente deu a conhecer alguns pormenores quanto ao projecto de construção e a necessidade da nova sede. “A actual sede é acanhada e precisa de obras, temos que alugar espaços para o desenvolvimento das nossas actividades e, quando sentimos esta necessidade, decidimos contactar a Câmara Municipal de Vila Real. A autarquia já tinha disponibilizado um terreno, porém pretendíamos mais espaço. A Vila Velha era um espaço que reunia a área para aquilo que a ACIVR precisava. Falei com o presidente da Câmara de Vila Real, Manuel Martins, que concordou inteiramente com esta minha opinião. A Câmara cedeu dois terrenos contíguos (quase em frente da taberna “Baca Belha”), com mais de 1000 m2, onde poderemos construir uma sede maior que irá de encontro às nossas ambições”. Será um espaço polivalente, com zona de estacionamento, que poderá contribuir para inverter alguma “desertificação” do centro histórico, funcionando como mais um pólo de atractividade.
José Ricardo garantiu que a Câmara de Vila Real já se predispôs a ajudar a ACIVR no projecto. “Vamos apresentar uma candidatura conjunta, a fundos comunitários, para a construção da sede. A autarquia irá complementar o restante investimento. O cálculo inicial ronda mais de 350 mil euros”. Em breve, será marcada a escritura dos terrenos. “Se tudo correr bem, no final de 2010 as novas instalações deverão estar concluídas”, acrescentou.
Na ideia deste responsável, “a nova logística reunirá condições para se tornar num local de convívio, debate e de cativar os associados a ficarem mais envolvidos com a ACIVR”.
A ACIVR pretende passar a ser uma entidade formadora, para o efeito já foi criada uma empresa paralela que irá gerir essa área.
Além das novas instalações, há outras metas a atingir como a criação de uma nova dinâmica no relacionamento com as delegações dos concelhos abrangentes pela ACIVR, onde uma maior proximidade entre todos será determinante. “Havia necessidade da Associação estar mais próxima dos concelhos. Nos últimos quatro anos, nunca foi feita nenhuma reunião com os respectivos delegados. Já fizemos uma reunião em Vila Real e outras vão seguir-se”. O dirigente pormenorizou algumas das acções. “Cada um concelho é um caso em termos de animação e tem de haver uma maior atenção com a vontade dos comerciantes. A nossa ideia será que cada estrutura concelhia organize as suas próprias acções, os seus eventos e dê sugestões. Vamos dar apoio jurídico aos nossos associados e realizar, em cada concelho, sessões de sensibilização, com a presença de uma economista, para a renovação das lojas e dos espaços, para os tornar mais atractivos, ao mesmo tempo que serão divulgados os projectos existentes para cada zona. A ideia é juntar os próprios concelhos à Associação”.
A participação do tecido comercial na vida da Associação é crucial, por isso, esta pretende recuperar alguns sócios que desistiram nos últimos anos e dar mais apoio e autonomia aos delegados de forma a desenvolverem um bom trabalho”.
José Ricardo apontou como exemplo uma iniciativa prevista para Murça. “Na vila de Murça apresentaram-nos um trabalho interessante para a criação do Cartão Comerciante, que envolve uma entidade bancária. O cliente pode pagar no fim do mês, enquanto o comerciante recebe logo o dinheiro. É bom para o comércio e ao mesmo tempo criam-se clientes que acabam eles próprios por ter crédito, a custo zero, até ao fim do mês”.
“Estou ciente que, com a colaboração da autarquia de Vila Real, foi dado um grande passo em frente para criar as necessárias e inadiáveis condições para o relançamento da ACIVR, como instituição dinâmica, modernizada e preparada para os desafios do futuro, concluiu.
A ACIVR tem cerca de 1500 associados e abrange os concelhos de Vila Real Murça, Alijó, Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena, Sabrosa e Mondim de Basto.