“Este era um dos nossos objetivos até porque éramos um dos poucos, a nível nacional, que não tinha instalações cedidas pela câmara ou junta de freguesia”, refere Paula Ferreira, coordenadora da Refood, acrescentando que “fomos dando algumas sugestões de possíveis locais e o município conseguiu ajudar-nos a concretizar este objetivo”.
A nova sede irá funcionar num espaço localizado junto à Residência de Estudantes, na rua Dr. Manuel Cardona, relativamente próximo do espaço onde a Refood funciona atualmente. Paula Ferreira não tem dúvidas de que a será “uma mais-valia” para continuar a ajudar as cerca de 370 pessoas apoiadas pela instituição, entre as quais 100 crianças. “Todas as semanas damos um cabaz a cada família”, indica, salientando que “neste momento não temos lista de espera. Todas as pessoas que nos procuram estão a ser ajudadas, sendo que damos prioridade a agregados familiares com crianças”.
“Todos os meses recolhemos mais de oito toneladas de alimentos”
Paula Ferreira
Refood Vila Real
Paula Ferreira lembra que “não temos apoio estatal” pelo que o novo espaço vai permitir deixar de pagar renda de duas lojas. “Vamos continuar a vender rifas e a fazer as atividades que fazíamos até agora, sendo que a prioridade do dinheiro angariado deixa de ser a renda”.
A coordenadora da Refood aproveita para lançar o desafio a possíveis parceiros “para nos ajudarem com as obras que vamos precisar de fazer no espaço, de forma a adaptá-lo às nossas necessidades”.
DESPERDÍCIO ALIMENTAR
Falar da Refood é falar, também, de combate ao desperdício alimentar. “Nós não compramos bens, tentamos aproveitar daquilo que sobra para ajudar famílias carenciadas”, refere, lamentando que “a nossa sociedade desperdiça muito”.
Paula Ferreira dá como exemplo a fruta que “se não estiver boa, as pessoas não compram”, indicando que “todos os meses fazemos recolhas entre as oito e as 12 toneladas de alimentos que, se nós não os aproveitássemos, iriam para o lixo”.
Por fim, a coordenadora da Refood de Vila Real admite serem necessários mais voluntários, “principalmente neste período de férias”. “Não pedimos muito, apenas duas horas por semana e não precisam de vir todas as semanas. É por uma boa causa”, conclui.