Direccionado à melhoria da qualidade de vida das populações, sobretudo das mais desfavorecidas ou em risco de exclusão social, residentes nos concelhos que vão ser ‘banhados’ pelos novos empreendimentos hidroeléctricos, a EDP Solidária Barragens vai apoiar, com 200 mil euros, nove projectos de instituições de solidariedade social.
Segundo a EDP, “a edição de 2010 abrangeu Alfândega da Fé, Alijó, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Murça, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Ribeira de Pena, Mondim de Basto, Castelo Branco e Vila Velha de Ródão”, ou seja, os 17 concelhos envolvidos na construção das novas barragens (Baixo Sabor, Foz Tua, Fridão e Alvito) e ainda nos reforços de potência de Bemposta e Picote.
Assim, das 50 candidaturas apresentadas, vão ser apoiados os projectos do Centro Social e Paroquial S. João Bosco, da Leque – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Necessidades Educativas Especiais, do Centro Social Nossa Senhora de Fátima, da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, do Município de Mondim de Basto, da Amato Lusitano – Associação de Desenvolvimento, da Associação EcoGerminar – Associação de Desenvolvimento do Interior, de Promoção do Comércio Solidário, do Ecoturismo e de Luta à Desertificação Rural, da Santa Casa da Misericórdia de Vila Velha de Ródão e da Lérias – Associação Cultural.
Para além do alargamento da sua área de abrangência, a EDP Solidária Barragens aumentou a dotação do programa, relativamente a sua primeira edição, em 50 mil euros, acabando por reforçar esse valor, somando um total de 200 mil euros, ou seja, o dobro do orçamento investido em 2009.
“Não estamos a distribuir dinheiro pelas associações, estamos a investir em projectos com efeito reprodutivo”, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas, explicou Sérgio Figueiredo, da Fundação EDP.
Segundo o mesmo responsável, “não se trata de misericórdia ou caridade”, o que a EDP pretende com este tipo de apoios é ajudar a “construir o país que serve de base ao trabalho da empresa”.
Paralelamente às contrapartidas a que a EDP é obrigada a dar a cada um dos municípios que vão sofrer com a construção dos empreendimentos hidroeléctricos, a empresa espera investir a favor das populações mais de 1,5 milhões de euros. “Se somarmos todos os apoios voluntários”, os programas da Fundação EDP vão chegar a mais de 250 mil pessoas”, contabilizou Sérgio Figueiredo.
Relativamente à edição de 2010 da EDP Solidária Barragens, no distrito de Vila Real foi apoiado apenas o projecto da Câmara Municipal de Mondim de Basto, que tem como objectivo a criação de uma “Oficinal Móvel Municipal”, um serviço que, a partir do início do próximo ano, vai apoiar pessoas mais idosas e carenciadas, e que vivam mais isoladas, procedendo a trabalhos de reparação simples nas habitações. “Temos sido solicitados por dezenas de pessoas”, explicou Humberto Cerqueira, autarca mondinense, revelando que os materiais e a mão–de-obra serão garantidos pela autarquia, sendo o apoio da EDP utilizado na aquisição de uma carrinha.
O edil lembrou que, dos cinco municípios que serão afectados pela construção da barragem do Fridão, Mondim de Basto será o que mais irá sofrer, prevendo-se a inundação de 37 habitações e um elevado impacto social. “Temos boas razões para acreditar que os interesses das populações estão acautelados”, explicou o mesmo responsável político, lembrando que, para além de um caderno de contrapartidas que foi apresentado, e que está agora a ser estudado pela EDP, também a obra de construção da ligação entre aquele concelho e a Estrada Nacional (EN) 210, uma obra orçada em 11 milhões de euros, deverá arrancar três meses depois de confirmada a licença de construção da barragem.