Em funcionamento desde o início do mês, o novo helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), sedeado no heliporto municipal de Macedo de Cavaleiros, não terá uma relação directa com o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Bragança, pelo menos essa foi a garantia deixada pela Ministra da Saúde, que, no dia 19, visitou a base do novo meio aéreo.
“Uma coisa não tem a ver com a outra”, garantiu Ana Jorge, apesar de reconhecer que a entrada em actividade do novo helicóptero, que “está disponível em permanência (24 horas/dia) e assegura a cobertura de toda a região Nordeste de Portugal, tendo como área preferencial de intervenção a totalidade do distrito de Bragança e partes dos distritos de Vila Real, Guarda e Viseu”, faz parte da reforma das urgências, um projecto que também considera a alteração do horário de atendimento nocturno da unidade hospitalar bragançana.
“A seu tempo serão avaliadas as condições em que as coisas estão a correr e logo se verá”, advertiu a Ministra, reforçando que, “neste momento não estão em causa os horários de funcionamento”.
O helicóptero do INEM visa colmatar necessidades identificadas de populações, (cerca de meio milhão de habitantes) residentes no interior do país, atenuando dificuldades de acessibilidade, por via do encurtamento dos tempos de resposta em caso de emergência médica. Em concreto, ele “vem reforçar o suporte avançado de vida na região, acrescentando capacidade de mobilidade das equipas de emergência na estabilização e transporte de vítimas de acidente ou doença súbita”.
Os hospitais de destino dos doentes helitransportados serão assim Bragança, Vila Real, Viseu e as unidades de saúde do Grande Porto, “sem prejuízo dos Hospitais de Coimbra ou Lisboa, serem alternativas para casos em que essa opção se justifique”, explica o Ministério.
Na sua componente de saúde, a tripulação do “Heli INEM Macedo de Cavaleiros” é constituída por um médico e um enfermeiro, com diferenciação na área da emergência.
Em caso de inoperacionalidade do helicóptero, nomeadamente por razões climatéricas, a equipa utilizará a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), sedeada na mesma base.
O helicóptero de Macedo de Cavaleiros insere-se num ‘pacote’ que integra dois outros helicópteros que asseguram um serviço equivalente nas zonas Centro e Sul do País, e entraram em funcionamento também no dia 1 de Abril.
Com um meio disponível que permite “aceder e aterrar com maior facilidade nos locais das ocorrências”, é necessário agora “que os concelhos criem espaços onde eles possam pousar”, defendeu Ana Jorge.
O presidente do INEM, Pedro Gomes, também defendeu a criação dos heliportos municipais, “estruturas que não se comparam” com as existentes em Macedo de Cavaleiros, “porque essa é uma base de emergência médica que exigiu a satisfação de critérios de elevada exigência”, mas sim espaços “devidamente pavimentados onde as aeronaves possam pousar e descolar e que tenham iluminação nocturna, ainda que seja accionada apenas na altura da sua utilização”.
“Isso é o que estamos a pedir a todas as autarquias”, explicou Pedro Gomes.
Beraldino Pereira, presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros congratulou-se com a entrada em funcionamento do helicóptero, que classificou como, “a forma de socorro mais eficiente e mais rápida em alternativa à VMER”.