Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2024
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Nunca uma greve deu tanto que falar

A segunda greve (em 2019) dos motoristas de matérias perigosas tem dominado as notícias e é tema de conversa entre os Portugueses.

Os Sindicatos dos Motoristas reclamam aumentos de vencimento graduais até 2022, e não aceitam menos de 900 euros em janeiro de 2020. 

A principal Associação patronal, ANTRAM, manifesta disponibilidade para negociar, e assegura que o aumento, que colocaram em cima da mesa das negociações, seria de 300 euros para 2020, mas que os sindicatos agendaram a greve para reclamarem aumentos não negociados para 2021 e 2022.

O Governo propôs “um mecanismo de mediação”, que obrigava patrões e sindicatos a negociar desconvocando a greves. Foi rejeitada.

A hipótese real de greve colocou os Portugueses em alvoroço, com uma corrida desenfreada aos postos de combustíveis na sexta-feira e durante o fim de semana, levando alguns postos a ficarem sem combustível. O Governo, entretanto, ameaçou que se os serviços minimos (decretados entre os 50% e os 100%) não fossem cumpridos haveria requisição civil, e foi preparando as forças de segurança (GNR e PSP) e os militares para poderem conduzir os veículos pesados.

A greve iniciou segunda-feira, com uma troca de acusações entre sindicatos, patrões e governo, relativamente ao incumprimento dos serviços minimos. O Governo decreta, na noite de segunda-feira, requisição civil parcial, alegando imcumprimento dos serviços minimos. Os sindicatos, por sua vez,  acusam o Governo de desrespeitar o direito à greve, colocando as forças de segurança e militares a conduzir transportes de matérias perigosas e instituindo  com a requisição civil sem fundamento. 

A greve vai continuar e os sindicatos prometem não “desarmar”, mas, até ao momento, muitas conclusões se poderiam tirar, mas há uma que parece transparecer: nenhuma das partes parece interessada em resolver o problema, as posições estão extremadas e a situação estará longe de estar resolvida. 

Termino com uma questão: a oposição está toda de férias “convenientes”?

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