Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2025
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

O colo da mãe

Uma reflexão do cardeal Tolentino de Mendonça, sob o título “Normalidade”, editada no caderno do Expresso do passado sábado, 9 de maio, sugeriu-me que reagisse a esta ideia, de que temos de aceitar esta pandemia universal, como uma coisa normal, que este título (que não o conteúdo) parece sugerir.  Não. Uma doença destas, que nos […]

Uma reflexão do cardeal Tolentino de Mendonça, sob o título “Normalidade”, editada no caderno do Expresso do passado sábado, 9 de maio, sugeriu-me que reagisse a esta ideia, de que temos de aceitar esta pandemia universal, como uma coisa normal, que este título (que não o conteúdo) parece sugerir. 

Não. Uma doença destas, que nos obriga a medidas rigorosas de distanciamento social, que fechou escolas, restringiu viagens, proibiu simples reuniões, transformou cidades inteiras, não é normal e, em nossa opinião, não devemos resignar-nos. Não podemos baixar os braços, perante esta ameaça. 

O mundo científico, conforme se vai sabendo, está a fazer o seu caminho, investiga novas fórmulas, e procura combater com todos os meios ao seu alcance. 

Porém, enquanto a ciência não encontra a solução, há que procurar outras ajudas, para fazer face ao desespero que por vezes se apodera de nós. 

Uma delas é a Fé. Ocorreu-nos esta ideia, no dia 13 de maio, aniversário das Aparições de Fátima, quando, frente à televisão, ouvíamos o programa da manhã de um dos canais, com imagens do Santuário, local onde há 103 anos, terão ocorrido as visões dos pastorinhos. Três crianças: Lúcia dos Santos com dez anos, Francisco Marto de nove e Jacinta Marto de sete. 

Um sacerdote presente no programa, quando perguntado, o que é que faz com que tantos milhões de pessoas, ao longo de tantos anos, tenham elegido Fátima como um local de romagem, respondeu: vão à procura do Colo da Mãe., e acrescentou, repare-se que este ano, em que a Igreja decidiu, e bem, que por causa da pandemia, as celebrações se realizarão sem a presença de peregrinos, parece que, é ainda maior o relevo que está a ser dado a esta efeméride, por todo o mundo católico. Porquê? Porque, em 1917, ano das aparições o mundo estava exatamente a ser devastado por uma pandemia semelhante, (a peste espanhola) que vitimou muitas dezenas de milhões de pessoas, entre as quais dois dos videntes – Francisco e Jacinta. 

É claro, que não há aqui, coincidência nenhuma. Mas, perante a fragilidade mundial, que ainda não encontrou um antidoto médico para debelar este flagelo, é nossa convicção, que a humanidade não pode, nem deve resignar-se. Tem de continuar a acreditar, que assim como em 1917, Fátima – o colo da mãe para os crentes, parece ter anunciado o fim da peste, também agora, não devemos desesperar porque o homem, há de ser capaz de vencer a doença.

É uma questão de fé? Sim a fé que animou tantos milhões de crentes, neste dia 13 de maio de 2020.

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