Sábado, 7 de Dezembro de 2024
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O coração da Paz está no constante respeito pela pessoa humana

A Paz requer um constante respeito pela pessoa humana, disse o senhor Bispo na Sé, na celebração da Eucaristia, na tarde do dia de Ano Novo.   Na homilia, referiu-se a Nossa Senhora, Mãe de Deus, e ao respeito pela «Pessoa humana, coração da Paz», tema proposto pelo Papa para este ano. Acerca da maternidade […]

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A Paz requer um constante respeito pela pessoa humana, disse o senhor Bispo na Sé, na celebração da Eucaristia, na tarde do dia de Ano Novo.

 

Na homilia, referiu-se a Nossa Senhora, Mãe de Deus, e ao respeito pela «Pessoa humana, coração da Paz», tema proposto pelo Papa para este ano.

Acerca da maternidade de Maria, lembrou que a «maternidade verdadeira de Maria sublinha a verdade da Incarnação de Jesus, verdadeiro homem, pertencente à raça humana, e não unicamente um Salvador de aparência humana, como já houve a tentação de dizer». Mais uma vez, recordou a tentação de falar de Jesus como uma fantasista, tema que de vez em quando regressa nos meios de comunicação e grupos ditos de cultura. Sublinhou ainda «o lugar que Maria ocupa no plano da salvação, uma pessoa inseparável do Salvador» e que a Igreja propõe no seu culto. Trata-se de «um plano de Deus, e não mera invenção da Igreja» Fez também um apelo aos pais e catequistas para vigiarem o modo como falam de Maria e das suas imagens. Ouve-se por vezes falar de Maria numa linguagem sem afecto, nem grandeza. Maria não é uma «santa» como qualquer outra mulher canonizada, mas a «Santíssima Virgem», «Nossa Senhora», «a Mãe de Deus».

A segunda parte da homilia foi dedicada à reflexão sobre a «Pessoa humana, coração da Paz». Citou o texto do Papa para lembrar que em todo o mundo está a tentar-se o progresso dos povos à custa da pessoa humana, seja a industrialização de zonas carenciadas com a agressão à natureza e às populações locais, seja a riqueza de grupos com o desemprego de trabalhadores, seja a saúde pública pela eutanásia dos idosos incuráveis a seu pedido ou por sugestão pública, seja agora a abolição do aborto clandestino pela oficialização do mesmo nos hospitais públicos».

Acerca deste último, lembrou a orientação dada aos católicos pelos Bispos de Portugal, uma orientação que raramente se dá, e o convite para eles explicarem esta posição aos outros cidadãos.

Fundamentalmente, a oposição ao aborto é comum a todo o cidadão bem informado, pois a geração humana é um todo contínuo que não conhece etapas durante a gestação, na espécie humana não há metamorfoses. A geração é como uma fogueira que, depois de ateada, cresce sempre.

A posição governamental reside na tentativa de curar um mal social deslocando o lugar da morte, passando-a de clandestina a oficial. Mesmo que a morte clandestina desaparecesse, o que não se demonstra, o processo é inaceitável, pois acaba por «oficializar» o mal, neste caso a morte, retira-lhe o carácter de «mal» e cria um «direito» a que todos poderão recorrer. Fez uma comparação com a legislação sobre o caso dos drogados e com os viciados do jogo a quem se permite tomarem droga e jogarem em lugares oficiais: na tolerância civil destes casos pode encontrar-se alguma justificação, pois tenta-se a educação e faz-se à custa dos próprios sem interferência em terceiros. No aborto oficializado, o caso é totalmente diferente: aceita–se e oficializa-se que alguém possa aliviar o seu mal à custa da morte de outros. Este processo destruiria toda a sociedade democrática».

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