Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
No menu items!

O Diaconado Feminino

No dia 2 de agosto de 2016, o Papa Francisco nomeou uma comissão para estudar o papel da mulher na Igreja, mais concretamente para estudar a existência do diaconado feminino na história da Igreja e a sua possível reativação na vida eclesial.

Nesta senda, a Universidade Católica em Lisboa promoveu no dia 10 de abril a apresentação de um livro sobre a historicidade do diaconado feminino na Igreja e uma conferência sobre a mesma temática, com a presença de dois membros da comissão que o Papa nomeou. 

A investigação parece ser conclusiva: desde os inícios da história da Igreja até ao século XII existiram diaconisas na Igreja. Quem lê as cartas de S. Paulo, nota que o apóstolo refere várias vezes nomes de mulheres que o ajudavam na vida das comunidades. Predominou uma grande liberdade e complementaridade neste campo até ao século XII. A reforma gregoriana e a separação da Igreja em 1054, entre Oriente e Ocidente, conduziu Roma a uma organização racional das leis e do direito canónico, excluindo o passado. A mulher foi remetida para um papel secundário e perdeu protagonismo na vida da Igreja.

Na opinião dos membros da comissão, chegou o tempo de a Igreja se reencontrar com o seu passado e restabelecer o diaconado feminino, um bem precioso de que a Igreja prescindiu. Como diz a coautora do livro, Phyllis Zagano, «esta é a oportunidade de a Igreja dizer que acredita no que ensina e que a mulher é imagem e semelhança de Deus». 

Jesus Cristo, no seu tempo, contribuiu para a valorização e promoção da mulher. Falava com elas abertamente na praça pública, teve discípulas e partilhava refeições em casa de amigas, o que para o seu tempo era subversivo. Não vejo que dom a menos tenham do que os homens para não poderem ter um papel mais interveniente e decisivo na vida da Igreja. São, atualmente, a força da Igreja: dão catequese, são zeladoras, integram em grande número os coros paroquiais, presidem ao terço, fazem parte das comissões, entre tantos outros serviços. Poderem aceder ao primeiro grau do Sacramento da Ordem seria um enriquecimento para a vida da Igreja. A sua forma de sentir, pensar e olhar a vida, a sua intuição, humanidade e naturalidade, ao estilo de Maria, seriam um precioso contributo e uma grande complementaridade para a pastoral e a vida da Igreja.

OUTROS ARTIGOS do mesmo autor

Rezar pelos defuntos

Tempos da desconfiança

Para lá da JMJ

Não se assiste à Missa

NOTÍCIAS QUE PODEM SER DO SEU INTERESSE

ARTIGOS DE OPINIÃO + LIDOS

Notícias Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS