Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
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O dinamismo que merecemos

Após a distinção em 2022, iniciou-se oficialmente em fevereiro do presente ano o mandato do Douro na qualidade de Cidade Europeia do Vinho 2023, que nos tem contemplado com agradáveis surpresas e, sobretudo, com a energia e vitalidade que a região carece.

O que em muitos outros locais do velho continente poderia ser encarado como um problema, é na pluralidade de autarquias locais que compõem a Comunidade Intermunicipal do Douro e se integram na Cidade Europeia do Vinho 2023, que se despoleta o complô de vantagens e impulsos que noutras circunstâncias não seriam possíveis.

Possuímos o lisonjeio de habitar ou ser oriundos de uma região que para lá de valorizada, deve lograr ser – ainda mais – digna de referência no contexto nacional e internacional, não só pelas amplamente enaltecidas paisagens, vinhos e gastronomia, mas também pelos costumes, pureza e sustentabilidade.

Contudo, os pretéritos anos têm-se verificado nocivos para a nossa região – e outras quantas de demografia semelhante – emergindo à tona severas contrariedades como é caso do despovoamento e envelhecimento da população que, quando comparadas com outras fragilidades de que padecemos, demandam superior atenção por se consubstanciarem na base para que todo o remanescente exista.

A relevância do que se tem vindo a diligenciar não reflete tanta influência em cidades de maior índole, como é caso de Vila Real que já possui uma porta aberta para o mundo e detém cada vez mais crescente preponderância no enquadramento nacional.

Porém, os concelhos de menor amplitude populacional, do qual são exemplo – salvo raras exceções – os restantes 18 da Comunidade Intermunicipal do Douro, beneficiam ativamente da divulgação do território e dos certames que nele são promovidos.
O que em consequência, forçosamente, se traduz na disseminação e propagação das nossas terras, das nossas identidades e – aqui mais importante – dos nossos produtos, para os quais se abrem novos mercados que diretamente obrigarão à fixação da população e, embora neste momento de um jeito muito mais ténue, sempre contribuem para o combate à desertificação.

Para os mais distraídos e apáticos, tais dinâmicas não se materializam além das tradicionais e aprazíveis feiras gastronómicas e de vinhos no embalo de um ou outro aconchegante concerto, no entanto, o excelente trabalho orquestrado pela CIM Douro em correlação e proximidade com os municípios que a compreendem deve – neste registo de entusiasmo e ímpeto – exceder o término do supra mencionado mandato e, se possível perpetuar-se, para que, com as diretrizes que já se encontram estabelecidas, se encare o desafio de progresso e crescimento conjunto que certamente enriquecerá e impulsionará de forma vertiginosa a nossa, inigualavelmente bela, região e as suas comunidades.

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