A Criação não foi uma obra do acaso. A quem assim o afirma, apetece dizer que Luís de Camões não escreveu os Lusíadas; simplesmente lançou ao ar milhares de letras, e estas ao cair no chão formaram o Poema.
Todas as obras de Deus são completas e perfeitas e se podemos afirmar que Deus criou o homem «para que trabalhasse» isso não quer dizer que a Criação ficou incompleta, mas sim que Deus quis dar ao homem a possibilidade de colaborar com Ele. E porquê? Porque é Pai. O mesmo fazem os pais da terra ao brincar com os filhos: ao fazer um puzzle, por exemplo, «fingem» não saber onde colocar uma peça, para que os meninos tenham a alegria de poder colaborar.
Quando o Arcanjo S. Gabriel aparece a Maria, dirige–lhe estas palavras: Salve, ó Cheia de Graça, o Senhor está Contigo e estas palavras indicam a plenitude da Graça em Maria.
Podemos perguntar, e porque fez Deus assim? Como faríamos nós a nossa mãe, se pudéssemos? Pois Deus podia, logo a fez plena de Graça.
Mas quando recebeu a mensagem, Maria levantou uma objecção que não era uma dúvida: como se fará isso de eu ser Mãe, se não conheço homem? O Arcanjo tranquilizou-a: o que se vai operar em Ti é obra do Espírito Santo. E Maria renuncia aos seus projectos e diz o seu maravilhoso «sim» – eis aqui a serva do Senhor. E a partir de então Ela aceitou a Missão de cooperador de Deus na obra da salvação da Humanidade, até ao fim dos tempos.
E depois, quantos «sins» pronunciou Maria ao longo da Sua vida! Mas o que mais complementa o inicial foi o «sim» no alto do Calvário. Jesus diz-lhe: “Mulher, eis aí o Teu filho”, apontando para João e Maria aceita a substituição e com João aceita-nos a todos; e a João diz: “Filho, eis aí a Tua Mãe” – e a partir desse momento somos Filhos de Maria.
Como procedem os filhos da Terra, para com as suas mães? Esquecem o seu aniversário? Não. Também nós neste dia podemos dizer no íntimo do coração, sem palavras: “parabéns a ti Mãe, neste dia tão querido”. E não A esqueçamos também no primeiro Domingo de Maio – o Dia da Mãe.