Não escamoteamos a justeza desta decisão porquanto para quem habita nestes locais, com o preço/dificuldade/limitações de estacionamento do automóvel individual e o preço dos vários passes combinados necessários para a utilização diária da rede de transportes colectivos, muitos portugueses estavam colocados perante um dilema demasiado pesado para o respectivo orçamento familiar.
Também não somos daqueles que entendem que os seus problemas (in casu os problemas de quem vive no Interior de Portugal) são mais graves do que os de quem habita no Litoral. Assumimos contudo que, não sendo também menos relevantes, parecem muitas vezes ser (pelo menos) estatisticamente menos representativos…
Aqui chegados e no momento em que escrevemos este texto perguntamo-nos o que sucederá e como poderá aderir a um Município como Vila Real a este novo conceito de mobilidade. Estará o Governo preparado para, por exemplo, anualmente transferir para o Município 50% do valor que este despende com a sua rede de transportes públicos?
Uma medida deste género, quase insignificante para o Orçamento Geral do Estado Português consistiria num óptimo exemplo de promoção da equidade territorial e de alívio dos orçamentos de Municípios como Bragança, Vila Real e Viseu por exemplo. Aguardaremos por desenvolvimentos sobre esta matéria que estamos certos só poderão vir a surgir …
Mas o que nos prende a atenção hoje é o actual conceito de Passe Único para um cidadão que tenha decidido habitar no Interior de Portugal ou apenas fora destas duas grandes áreas metropolitanas. Parece-nos fácil de descrever:
Em primeiro lugar gostaríamos que fossem retiradas as portagens nas vias rodoviárias que foram projectadas para serem gratuitas, com esta medida tornávamos o nosso país mais próximo e mais justo, promovendo maior circulação de bens e pessoas.
Depois gostaríamos que o Governo encomendasse um estudo credível sobre a possibilidade de ser subsidiada uma linha rodoviária (vulgo um autocarro) que permitisse aos cidadãos do Interior deslocar-se para o seu Aeroporto de referência (Lisboa, Porto ou Faro dependendo da sua localização geográfica) a um custo baixo, evitando assim a necessidade de para o efeito utilizarem as suas viaturas particulares. Esta linha rodoviária poderia também desempenhar um importante papel no aumento do Turismo nestes territórios.
Por fim, reforçamos a nossa convicção de ser necessário seriamente estudar a construção de uma ligação ferroviária de velocidade média que abranja o eixo, Porto – Vila Real – Bragança – Zamora bem como, o prolongamento da Linha do Douro até Salamanca (com bitola e trajecto que permita também a média velocidade).
Este é nosso Passe Único, estamos ansiosos por poder aderir…