Terça-feira, 3 de Dezembro de 2024
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

O que não pode suceder

Em 1983, estávamos nós no nosso segundo mandato na presidência da câmara de Vila Real, quando o Eng. Vilar Queiroz, nosso conterrâneo, de Favaios, então administrador da TAP, veio desafiar-nos a encabeçar um movimento junto de várias câmaras municipais (Bragança, Covilhã, Viseu e Portimão) para fazermos parte de uma empresa destinada a operar regularmente, uma ou várias rotas aéreas entre os respetivos aeródromos municipais e Lisboa.

Ele, Eng. Vilar Queiroz, encarregar-se-ia de contactar a TAP, os CTT(s) e um operador turístico para fazerem parte dessa empresa. 

Em menos de meio ano, a LAR, Linhas Aéreas Regionais, adquiriu o equipamento necessário, fez a formação do pessoal de navegação e iniciou a operação regular, diária, entre Bragança, Vila Real e Lisboa, que depois se estendeu também aos aeródromos de Viseu, Covilhã e Portimão, com menor frequência, mas com regularidade.

Lembrámo-nos deste pioneirismo, em pronta resposta ao desafio do Eng. Vilar Queiroz, um homem experiente pelos seus antecedentes como secretário Provincial dos Transportes em Moçambique, de onde havia regressado anos antes, ao lermos as notícias da interrupção da operação aérea no nosso aeródromo, em virtude de problemas com o pavimento da pista. Lemos com atenção o que a tal respeito declarou o Engº. Rui Santos, atual responsável pelo executivo camarário, em particular sobre as razões da inoperabilidade da pista e das medidas que haviam sido tomadas para solucionar o problema.
Temo-nos abstido, por razões que todos compreenderão, de opinar publicamente sobre o exercício dos mandatos de quem nos sucedeu no exercício daquele cargo. Porém, desta vez, julgamo-nos não apenas com o direito, mas sobretudo com o dever de dar a nossa opinião, porque receamos que possa estar em causa o fim do sonho, que tivemos em 1983, com o transporte aéreo-regular.

Trata-se de uma emergência. Há que tomar iniciativas que fujam ao formalismo dos concursos púbicos, mas que não podem deixar de ser assumidas com toda a urgência. Custa a aceitar que um remendo na pista não possa ser suportado sem o recurso a financiamento comunitário, cuja obtenção é sempre morosa. Parece-nos que o Orçamento Municipal poderá suportar com facilidade um tal encargo. Só é necessária uma revisão orçamental.

O que não pode suceder, como referimos em título, é o fim da operação aérea, que vários outros municípios ambicionam. 

Não vá suceder com a via aérea, aquilo que sucedeu com a Linha do Corgo.

Uma última nota, que de resto já por diversas vezes partilhámos com os atuais decisores autárquicos. Seria a altura para avançar com a ampliação da pista para sul, numa extensão de ± 500 metros.

Isso permitiria um tipo de operação com aeronaves de maior dimensão, que a capital de Trás-os-Montes há muito justifica.

Acreditem que é uma ambição que está ao alcance das nossas possibilidades. Vila Real merece que os seus autarcas tenham essa ambição.

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