Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2025
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O vale do Tua, elegia sobre a hipocrisia!

Acerca da notícia publicada na VTM sobre o CIVT, Carrazeda de Ansiães

Em notícia de página inteira, por mero acaso a 13, dá a VTM,  em 01-03-2018, conhecimento aos seus leitores sobre a inauguração do fabuloso Centro Interpretativo do Vale do Tua (CIVT), em dois antigos armazéns de apoio à antiga estação, dando-o como um ‘espaço “dinâmico” e “interativo” que permite reviver toda a história do CF… que visa preservar e promover todo o património histórico, cultural e natural do vale’. 

Se assim se reconhece o real valor desse património, não teria sido necessário mantê-lo vivo?

Diz-se que os visitantes se podem sentar num comboio imaginário para percorrer toda a linha, apreciando a paisagem deslumbrante, a natureza telúrica, as margens escarpadas e espraiadas que ladeiam o percurso.

Se o património natural era assim tão especialmente impressivo e inigualável, porque se destruiu? Se a Linha era assim um facto único, fruto de labor e engenho valorosos e impressionantes, porque se desativou, porque se arrasou?

Dizem que há um túnel em cortiça, vejam lá, onde os visitantes podem percorrer o tempo geológico, histórico, humano e natural que completava o vale.

Se os túneis de pedra estão submersos, a história afundada, a geologia escondida, os homens deslocados ou esquecidos, os sobreiros cortados, de que serve a cortiça do túnel a fazer de conta que é nada?

Diz-se que o Presidente da CM de Carrazeda de Ansiães declarou que o Centro terá papel relevante na ‘valorização do território nos seus diferentes planos, cultural, histórico e económico’?

Cultura destruída, história traída, economia temporária, arbitrária e de interesses, promessas e contrapartidas de “engana tolos”… HIPOCRISIA, pois!

Mas o máximo da cultura e política hipócrita que se criou à volta da ‘necessidade’ da construção da barragem e da desvalorização de património, utilidade e sustentabilidade da ferrovia levado a cabo pelo lobby da rodovia, a miragem e esparrela de desenvolvimento e proveito económico do território por parte dos cinco municípios envolvidos é: pensar ou acreditar (ser levado a) que ‘o comboio vai regressar’… Da Brunheda a Mirandela com um Texas? (os comboios históricos foram vendidos às escondidas). Com autocarro a levar gente até ao paredão e barcos desde aí a Brunheda; criar um Parque Natural do Vale do Tua conveniente e oportunamente depois de um charco ter substituído o verdadeiro Parque Natural que esse substituiu? Antes da parede foi considerado inadequado…; criar uma Associação de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, como se fosse esse charco o motor de algum desenvolvimento que não seja o dos motores e da poluição, dentro do tal parque natural… e o turismo selvagem daí decorrente… Antes da parede o turismo não era possível nem viável ou rentável…

HIPOCRISIA, HIPOCRISIA, HIPOCRISIA!!!

E não vou falar sequer de fraude de expectativas, de enganos, mentiras e mistificação de interesses políticos e empresariais, de crime e vergonha.

Por aqui me fico, apenas com a HIPOCRISIA! E isso é coisa que fica com quem tenta fingir que tudo é uma forma de repor, como que num hábil truque, o que não pode jamais ser devolvido. O que nos querem dar como ‘contrapartidas’ é nostalgia e recordações de algo que nos roubaram para sempre!

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