Foi aprovado, na última reunião da Assembleia Municipal de Vila Real, o documento que dita os planos financeiros da autarquia para o ano de 2007, opções que, segundo Manuel Martins, “são realistas”, mas que, mais um vez, “não caem no goto” da oposição socialista que acusa o Orçamento de “tentar enganar a população”.
O Plano de Actividades e Orçamento da Câmara Municipal de Vila Real que prevê, para o próximo ano, um investimento de 36,2 milhões de euros, no Município, foi aprovado, no dia 18, em Assembleia Municipal, com os votos contra do Partido Socialista.
Depois de discutido, o documento acabou por ser aprovado, com os 32 votos a favor da bancada Social-Democrata, 11 votos contra dos deputados do Partido Socialista e do representante da Coligação Democrática Unitária e seis abstenções de um deputado e de cinco Presidentes de Junta socialistas.
Segundo Luís Brandão, da bancada da oposição, “o documento apresenta um empolamento dos números. O orçamento apresentado pela autarquia tenta enganar a população, com números errados. A autarquia está a levar a cabo uma política de exagero das despesas correntes, face as despesas de capital”.
Já na altura da aprovação do Orçamento, em reunião do executivo autárquico, os vereadores socialistas da Câmara de Vila Real não só votaram contra o documento como apresentaram uma declaração de voto, onde defendiam que a previsão orçamental “desde logo se assume como pouco rigorosa e cuja principal e mais grave característica é consagrar uma significativa descida na capacidade de investimento da Câmara Municipal, ao longo de 2007. Prova evidente desta nossa afirmação é o facto de a dotação global definida do Plano Plurianual de Investimentos descer mais de 8% (de 17.100.000 Euros, em 2006, para 14.772.000, em 2007!…), enquanto a dotação do Plano Anual de Actividades (que, como é sabido, não contempla investimentos) sobe, entre os dois anos referidos, mais de 8% (de 9.400.000 para 11.950.000 Euros)”.
Manuel Martins, Presidente do Município vila-realense, vê o orçamento como um documento “realista”, tendo em conta que ainda não são conhecidas “as orientações do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN)”, acrescentando: “Temos consciência de que o QREN se vai atrasar, em 2007”, adiantando, no entanto, que o Orçamento “abre as portas” para a realização do investimento.
Garantindo ser um documento que segue as linhas do seu manifesto eleitoral, dando especial atenção a áreas como Educação, Desporto e Mobilidade, sem descurar outras, como a Acção Social, o autarca vila-realense adianta que já estava à espera que o documento contasse com o parecer desfavorável dos vereadores da oposição, uma vez que, na história da autarquia, o contrário nunca aconteceu.
“Respeitamos a posição da oposição”, frisou Manuel Martins.
Segundo Nazaré Pereira, Vice-Presidente da autarquia, a reabilitação de escolas e a recuperação de habitações, no centro histórico de Vila Real, são as áreas prioritárias do orçamento, estando 2,8 milhões de euros reservados para esta área.
A Educação é outra das prioridades, estando previsto o investimento de dois milhões de euros na reabilitação do parque escolar, mais concretamente das Escolas EB1 e Jardim-de-Infância das Árvores e da Araucária, e, ainda, nas escolas de Mateus, Vila Marim, São Vicente de Paula, Vilarinho da Samardã e Nogueira.
Os 36,2 milhões de euros de investimento, previstos pela Câmara Municipal, para o Município, representam um aumento de 700 mil euros, relativamente ao Orçamento do ano anterior.
Maria Meireles