Segundo este escreveu, “Bragança continua a ser uma cidade fechada e pouco aberta à diversidade”, corroborando a opinião dos organizadores da marcha: “Bragança é uma cidade conservadora que ainda não está aberta a este tipo de movimentos”.
Parece que Bragança, lá no seu cantinho, está destinada a ser alvo periódico de depreciação das suas caraterísticas. Invadida nas suas convicções mais interiores. Íntimas. Em tempos, foi o movimento das mulheres/mães que se rebelou contra os bares de alterne, facto que motivou forte repercussão em vários pontos do mundo. Agora é o “Orgulho Gay”, sendo referido pelo sacerdote que este tipo de marcha determina uma realidade “cosmopolita” da cidade, em vez da sua proverbial “tacanhez”.
As orientações sexuais de cada um e de todos são fruto da liberdade e das opções que cada um tem, como tantas outras facetas da sua personalidade. Ser “gay” ou “lésbica” é algo que poderá não se discutir, mas já o mesmo não se poderá dizer quanto aos critérios da sua ostentação. Ser homossexual poderá não ser razão para “ficar no armário” mas também não será razão para grandes estridências na rua.
A contenção fica bem a todos. A vida de cada um a si compete. No entanto, há sempre quem a pretenda revelar de forma diferente. Até há pessoas que, face a um certo constrangimento e pouca adesão dos habitantes locais em relação a uma iniciativa vinda de fora, critique uma cidade ou uma região. Se não for “gay friendly” é “temerosa”, “tacanha”, “provinciana”. Se for “gay friendly” já será “sadia” , “moderna” e “aberta” ao mundo.
Enfim, maneiras de pensar, sentir e de dizer. Por isso é que somos livres.