A visita incluiu um encontro com os grupos paroquiais (Fabriqueira, Comissões das capelas, Catequistas e cantoras) e com os jovens crismandos antes da Visita. Aos primeiros lembrou as tarefas específicas de cada um e o espírito que deve imbuir o seu trabalho: não se trata de substituir o pároco nem de lhe prestar um favor, mas de cada um assumir com lealdade a condição de membros diferenciados e unidos da Igreja: «o pároco é o único que tem poder de governar, mas não é o executor de todas as tarefas». Ouviu várias catequistas queixarem-se da dificuldade no uso do catecismo, do alheamento dos pais acerca dos filhos, e da dificuldade de estes se concentrarem, sempre «em «permanente agitação». Falou-se ainda do perigo da quebra da unidade paroquial por causa das várias capelas, vindas de tempos sem estradas, sem luz e com muitos padres. Nas tarefas litúrgicas lembrou-se a necessidade de distribuir tarefas litúrgicas pelos rapazes, frequentemente marginalizados pelo avanço maciço das mulheres e suas filhas.
No Domingo, às dez horas a comunidade recebeu o prelado junto do nicho da Senhora de Fátima e, após a saudação feita por uma jovem, organizou-se o cortejo para a Igreja.
Na homilia, o prelado, a partir do episódio de Eliseu e das palavras de Jesus, recordou que a vida cristã requer a capacidade de assumir decisões definitivas. «Sem essa capacidade seremos uns pobres cristãos: baptizados que não rezam nem celebram o Domingo, casados que rompem com o matrimónio, padres que abandonam os compromissos, patrões e comerciantes que não pagam, etc. Na base de tais comportamentos está uma cultura sem palavra, sem honradez, uma cultura de falsa liberdade, educação mole sem compromissos, sempre a «olhar ara trás». Quanto aos jovens, pediu aos pais uma maior atenção à vida dos filhos: saídos da infância vivida dentro de casa, os adolescentes têm de aprender a fazer a ponte da casa e da Igreja com a escola, o pequeno emprego, as distracções do Domingo, e a sexualidade que desponta. São mundos novos que desorientam os adolescentes e acabam por os afastar da Igreja e da família por não saberem fazer a ponte entre eles». No encontro com os jovens falara dessa temática e advertiu-os de que o Estado se limita a procurar que «não haja gravidezes na adolescência», sem qualquer visão da dignidade da sexualidade humana masculina e feminina e reduzindo-a uma fonte de prazer. O cristão tem de ir muito mais longe na compreensão da sexualidade».
No final da celebração, felicitou a paróquia e as autoridades pelo arranjo do adro e dos muros e pelo revestimento exterior da igreja; e os jovens saudaram o senhor D. Joaquim pelos seus 50 anos de Sacerdócio. O prelado disse sentir especial surpresa por se encontrar perto da casa onde viveu Camilo enquanto jovem e perto do «fojo do lobo» da Samardã, pois esse texto das Novelas do Minho constituiu leitura obrigatória nos primeiros anos do Seminário de Braga, já lá vão mais de 60 anos!
Crismaram-se 53 pessoas, quase todas jovens, sendo 27 do sexo masculino.
É pároco o P. Dr. Augusto Luís Ferreira de Matos, residente em Adoufe.