À VTM, Manuela Cunha, da Comissão Executiva Nacional do partido Os Verdes, referiu que “é inconcebível que uma capital de distrito, como Vila Real, com seis mil estudantes e em pleno crescimento, não tenha aceso à linha ferroviária nacional, ainda para mais numa zona serrana onde os perigos rodoviários são acrescidos e o comboio é o meio de transporte mais seguro”, salientando que “o comboio do Corgo nunca teve nenhum acidente grave e apenas aproveitaram um acidente na Linha do Tua para encerrarem esta Linha”.
A pensar na sua reativação, o PEV mostrou-se contra qualquer intervenção por parte da autarquia na transformação daquilo que é a via ferroviária ou da estação. “No seguimento de uma reunião com a autarquia de Vila Real, o PEV concluiu que uma parte das obras de remodelação, pretendidas pelo município, não tem qualquer interferência na nossa ambição de reabrir a Linha do Corgo”, acrescentando que “há um plano pensado para transformar um troço da via em ecovia e achamos que essa obra não deve avançar porque interfere sobre o tabuleiro e, tal como um hotel, seria dar um sinal que a linha encerrou de vez”.
Manuela Cunha frisou ainda que uma intervenção desta natureza é “inconcebível, uma vez que consta no Plano Nacional de Investimentos para 2030 um programa de avaliação para a reabertura de linhas que foram encerradas, sendo uma delas a Linha do Corgo”.
O partido fez saber ainda que conta com o apoio da população e da junta de freguesia de Alvações do Corgo, uma aldeia “que tem muita necessidade deste meio de transporte”. “O presidente da junta de freguesia considera que é fundamental o retorno do comboio e referiu que a população de Alvações do Corgo pretende o regresso da linha porque o comboio era o principal meio de transporte na localidade, o mais seguro, célere, com paisagens magníficas e uma alternativa aos perigos das estradas”, concluiu.
Recorde-se que a Linha do Corgo foi encerrada em 2009, depois de o Governo ter anunciado a suspensão da mesma para uma alegada intervenção na melhoria das condições de segurança da via, a reboque de um acidente na Linha do Tua. Facto é que acabou mesmo por ser encerrada, as máquinas nunca mais circularam e os carris foram arrancados do solo.
CAMINHADA NO DIA 24 DE MARÇO
Para que a reativação da Linha do Corgo aconteça futuramente e esta reivindicação ganhe força, o PEV deixou um pedido à população para que esta se faça ouvir e apoie a luta do partido. “Precisamos de um forte apoio da população do Vale do Corgo e de Vila Real para expressarem junto da câmara e do Governo que querem o comboio de volta”.
“Para que sejamos ouvidos, apelamos a que a população se junte a nós no dia 24 de março para a realização de uma caminhada ao longo da linha, entre Vila Real e a Régua, e, assim, vejam que realmente esta é uma necessidade na nossa região”, apelou Manuela Cunha.
A data escolhida não foi ao acaso, já que no dia seguinte, 25 de março, faz dez anos que deixaram de circular comboios na Linha do Corgo.
Manuela Cunha, Comissão Executiva PEV
“A reativação da linha é emergente porque o comboio era o principal meio de transporte destas aldeias, o mais seguro, célere e uma alternativa aos perigos das estradas”