Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Pais impedem reposição de pilares

Desde de 2007 que a Comissão de Pais do Jardim de Infância de Lordelo reivindica um conjunto de medidas de segurança para a escola que recebe cerca de 50 crianças. Uma problemática à qual se juntou, no ano passado, a colocação de um conjunto de pilares de granito que delimitam o espaço de recreio das crianças. Depois de dois dos ‘mecos’ terem sido acidentalmente eliminados, os pais evitaram agora que fossem repostos.

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Os pais de uma criança que frequenta o Jardim de Infância de Lordelo evitaram, na manhã do dia 23, a reposição de dois pilares de granito, de grandes dimensões, na delimitação do recreio da escola por estes colocarem “em perigo a segurança das crianças”.

A luta já vem de há dois anos, altura em que Henrique Dias e a esposa, representantes dos pais e encarregados de educação da escola, começaram por chamar a atenção para uma série de problemáticas relacionadas com a segurança das crianças no Jardim de Infância, entre as quais umas escadas de acesso desniveladas e com um banco de granito pontiagudo junto aos primeiros degraus, a existência de um fogão a lenha no interior e a falta de condições no espaço utilizado como recreio das crianças.

Apesar de todas as exposições feitas junto da Direcção Regional de Educação do Norte, da Associação para a Promoção da Segurança Infantil, da Câmara Municipal e do Agrupamento de Escolas Diogo Cão, e das várias entidades terem corroborado com a preocupação da Comissão de Pais, nada foi feito até à data. Pelo contrário, “no ano passado foi introduzido um novo perigo para as crianças”, explicou Henrique Dias, referindo-se a um conjunto de “pilares de granito com cerca de meio metro de altura, esquinados,” na delimitação do recreio infantil, um espaço, junto à casa paroquial, cedido pela igreja.

“Em troca de um terreno (em frente a casa paroquial) a junta de freguesia, a pedido do pároco, delimitou o espaço em frente à casa do padre”, que serve de recreio, recordou o mesmo responsável que questiona, desde logo, “o negócio feito com dinheiros públicos”.

Desde que os pilares foram colocados que os pais reivindicam a sua substituição por outro tipo de delimitação, como por exemplo uma sebe, uma hipótese que o próprio Horácio Pereira, pároco de Lordelo, garante que estaria disposto a aceitar. No entanto, “há cerca de duas semanas, um carro funerário deitou acidentalmente abaixo dois dos mecos”, que no sábado estiveram prestes a ser repostos, desta feita com maiores dimensões.

“Não vou deixar que coloquem os pilares”, garantia Henrique Dias que, por volta das 8h30 já estava no local para evitar que um grupo de trabalhadores, contratados pela paróquia, procedesse aos trabalhos. Depois da intervenção da Polícia de Segurança Pública e da presença de um fiscal da autarquia, os pilares voltaram mesmo para o camião e o buraco acabou por ser tapado.

“Só estou a arranjar o que estava estragado”, defendeu o padre Horácio Pereira, referindo que a Comissão Fabriqueira da freguesia iria assumir os custos da colocação dos novos mecos até que “quem os estragou os pague”.

Dolores Monteiro, vereadora da Câmara Municipal de Vila Real, confirmou ao Nosso Jornal que a obra foi embargada por se tratar de um espaço que confina com a via pública e que, por isso, carece de uma licença. Mais, explicou que a questão sobre os mecos deverá ser resolvida entre a Comissão Fabriqueira de Lordelo e a Junta de Freguesia. “Os mecos são perigosos para as crianças” confirmou a vereadora.

Na segunda-feira, Henrique Dias entregou uma nova exposição junto presidente da Câmara Municipal de Vila Real a relatar a situação, bem como agendou uma reunião com o Bispo de Vila Real que, como explicou, “se mostrou preocupado com a questão”.

Sobre as outras ‘ameaças’ às crianças, os pais exigem ainda a delimitação de uma obra que está em curso junto ao recreio, no entanto Dolores Monteiro explicou ao Nosso Jornal que o terreno em causa ainda não está a ser alvo de obras, “até agora foi apenas destruída uma habitação que se encontrava no local”. “Quando começarem as obras será necessário a emissão de uma licença e obrigatória a delimitação do espaço em causa”, garantiu.

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