Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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“Parque Eólico do Douro Sul ameaça Lobo-ibérico”

A Quercus decidiu formalizar uma queixa à União Europeia devido à Secretaria de Estado ter publicado, no dia 6, uma DIA (Declaração de Impacto Ambiental) favorável à instalação de um Parque Eólico que tinha tido diversos pareceres negativos, relacionados com a localização e dimensão do parque eólico do Douro Sul.

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Dos diversos pareceres negativos, destaca-se o do ICNB (Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade), que admite que a construção deste parque eólico pode iniciar de “forma irreversível” o processo de extinção do lobo ibérico a sul do Douro. A Quercus defende as energias renováveis, mas não a qualquer custo, “nomeadamente aumentando o perigo de extinção de espécies ameaçadas tão emblemáticas como o Lobo-ibérico, que tem uma população estimada de cerca de 2000 lobos, dos quais apenas 300 sobrevivem em Portugal”.

As causas do declínio do Lobo-ibérico são a sua perseguição directa, o extermínio das suas presas selvagens e a fragmentação e destruição do seu habitat. O Lobo-ibérico é uma espécie prioritária para a conservação segundo a Directiva Habitats, da União Europeia, além de estar classificado em Portugal como espécie “em perigo de extinção”. A legislação nacional proíbe não só o abate e a captura de lobos, mas também a destruição ou deterioração do seu habitat e a sua perturbação, nomeadamente durante o período de reprodução.

O Parque Eólico do Douro Sul vai ter 103 aerogeradores para produção de energia eléctrica nas serras de Leomil e da Nave, abrangidas pelo concelho de Moimenta da Beira e concelho de Sernancelhe. Segundo a Quercus, a colocação dos aerogeradores, a construção e melhoria de acessos e a construção de linhas de alta tensão “irão perturbar e destruir o habitat dos únicos grupos reprodutores estáveis de lobo” em todo o núcleo populacional a Sul do rio Douro (actualmente estimado em não mais de 5 a 6 alcateias). Este Parque Eólico “irá afectar mais de 60 por cento do território da alcateia”, denominada Alcateia de Leomil, incluindo as zonas de reprodução e refúgio, pondo assim em causa não só a estabilidade reprodutora desta alcateia, mas também “a manutenção e sobrevivência de toda população a sul do rio Douro que já se encontra isolada e bastante ameaçada de extinção”.

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